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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

08 out

Apoio negado por Iris fragiliza, derruba e desmoraliza a campanha de Maguito, o candidato do MDB sem o aval do maior nome do MDB

Não adianta negar ou inventar desculpas: a falta que a presença do prefeito Iris Rezende faz para a campanha de Maguito Vilela fragiliza, derruba e desmoraliza o candidato do MDB. Não adianta nem mesmo inventar desculpas ou tentar subterfúgios para criar falsos laços entre o maior nome do MDB e o representante do MDB nas eleições para o Paço Municipal. O estrago é grande e vai se ampliando a cada dia passado sem que Iris manifeste o seu endosso – e o mais grave é que ele repete com insistência que não quer saber de nada que tenha a ver com o nome lançado pelo seu partido e que, na sua opinião, é o melhor, que ele não aponta quem acha que é, quem deve vencer a disputa.

Pega mal para Maguito. Pega muito mal. A pergunta que todo mundo faz é uma só: por que Iris se recusa até mesmo a uma mísera e rápida declaração formal de apoio ao seu companheiro de legenda? Deve, tem que haver uma justificativa, que os emedebistas engajados na campanha de Goiânia estão rezando para que não venha a público. Não é difícil decodificar a atitude de Iris: está na cara que há carência de confiança em Maguito, que ele não arrisca um tostão furado apostando em Maguito e com certeza não acha que Maguito é o nome ideal para ocupar a prefeitura no seu lugar. Só pode ser isso. Ao contrário, estaria perfilado com o ex-prefeito de Aparecida, tal como fez, apesar de formalmente, com Daniel Vilela em 2018, a quem deu aval teórico.

Muitas e muitas vezes, nos últimos tempos, Iris relembrou a sua responsabilidade diante das goianienses e dos goianienses e reafirmou que não poderia entregar o bastão a qualquer um, depois do excelente trabalho de recuperação e organização da máquina municipal que acredita ter feito. Ora, se ele nunca deu uma palavrinha por mixuruca que seja a favor de Maguito, a conclusão não pode ser outra: é porque provavelmente entende que Maguito é um desses “qualquer um” a que se referiu, mas não nominou.

O candidato do MDB tem se esforçado para suprir o buraco aberto por Iris na sua jornada eleitoral, hoje ingrata. Ora diz que as obras em andamento na cidade e que ele vai continuar é que vinculam o nome do prefeito com o seu. Ora rememora seus 40 anos de amizade com Iris. E ora ainda tenta reunir os membros da equipe do Paço Municipal, em reuniões frias que logo a seguir são sucedidas por encontros do mesmo pessoal com o adversário Vanderlan Cardoso, como ocorreu com os integrantes da Guarda Municipal. E isso sem falar nas seguidas ratadas, como declarações infelizes colocando questões que servem de contraponto para a gestão de Iris – que, sem dúvidas, na opinião de Maguito, pelas indiretas que soltou até agora, é atrasada, arcaica e antiquada, a ponto de deixar Goiânia clamando por uma modernização que ele, um político que está no ramo desde o século passado, se propõe a fazer, embora não saiba exatamente o que isso significa e quais as providências que deve tomar para levar a efeito.

Sem Iris, Maguito possivelmente não ganha a eleição. Na verdade, o velho cacique transformou-se em uma espécie de eleitor negativo número do candidato emedebista e tem dito, dia sim, dia não, que não vai arredar o pé desse caminho, para azar daquele que tinha tudo para ser seu aliado de todas as horas, porém não o é. Pensem bem leitoras e leitoras: se Iris, que entende do riscado, não faz fé em Maguito, por que eu, vocês, todos nós que votamos em Goiânia o faríamos?