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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

20 nov

Custo do tratamento de Maguito com o equipamento ECMO, tecnologia médica de ponta, é astronômico e pode perdurar por meses até a descanulação, se isso for possível sem óbito

Não há superlativos à altura de definir a gravidade do estado de saúde do candidato do MDB a prefeito de Goiânia Maguito Vilela, que se encontra internado na UTI do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, sobrevivendo graças a um equipamento chamado de ECMO (suporte de oxigenação por membrana extracorpórea), uma tecnologia nova e de ponta de uso ainda raro em todo o mundo – reservada, aliás, a quem tem fartura de recursos para cobrir os seus custos, já que podem chegar ao Brasil a R$ 15 mil reais por dia, diante da complexidade dos aparelhos e do grande número de biomédicos multiprofissionalmente especializados para a sua operação.

É por isso que se diz que, em hospitais de Goiânia, Maguito já teria sucumbido. Aqui, não existe ECMO. Em tese, o engenho pode manter vivo por um longo e exagerado tempo alguém acometido por falência do coração, dos pulmões e dos rins ou próximo disso. Normalmente, os raros pacientes que têm acesso ao suporte oferecido pela máquina são colocados nela em estado agudo e permanecem ligados por um mês e meio a dois, isso conforme a experiência internacional. Nada impede, contudo, que esse prazo seja prolongado. Até há pouco tempo, havia registro de menos de duas mil canulações – esse é o nome da ligação do organismo com o ECMO, em todos os países do mundo.

Importante: o ECMO não é uma terapêutica de cura. O seu objetivo é proporcionar sobrevida ao doente, enquanto os tratamentos indicados são administrados, com mais facilidade. É o que ocorre com Maguito. Seus pulmões entraram em colapso em razão da Covid-19, possivelmente com complicações gerais para todo o organismo – que os boletins médicos não revelaram -, em especial o coração e os rins, sobre o quê não se sabe nada. Esse último órgão, no caso do candidato emedebista, passou a ser substituído por uma diálise, através do próprio ECMO, sem necessidade de um novo aparato específico, minorando o sofrimento do doente. Infelizmente, quanto mais avançada a idade, maiores são os riscos.

Maguito não tem consciência de nada. Está em coma induzida, com as suas funções vitais realizadas de forma extracorpórea, o que, implicará, caso se recupere, em um pesado programa de fisioterapia para tentar voltar à normalidade da sua vida, um objetivo talvez impossível. Seus músculos estão sendo fortemente afetados. Haverá pela frente um momento difícil, o da descanulação, ou seja, quando o ECMO  for desligado. O MDB, o filho Daniel Vilela e o médico-genro Marcelo Rabahi se esforçaram e insistem no caminho de atenuar as dificuldades e de criar espectativas de melhora a curto prazo para disfarçar tudo isso e vender uma imagem de melhora próxima e retorno rápido do candidato às plenas condições de saúde. Não é o que o que vai acontecer. O estelionato eleitoral continua.