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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

13 maio

Apesar de todas as evidências de que é adversário forte e poderoso, a partir dos seus mais de 40% nas pesquisas, concorrentes subestimam Caiado e não têm nenhuma estratégia para fazer frente a ele

Ronaldo Caiado tem mais de 40% nas pesquisas para governador. Conseguiu o apoio de uma rede política imbricada nos municípios, a partir da dissidência que surgiu a seu favor no MDB. No interior, prefeitos das maiores cidades estão com ele. Com a adesão do senador Wilder Morais, um homem indubitavelmente muito rico e disposto a gastar na política, reforçou a sua estrutura material de campanha. É de Anápolis, um dos grandes colégios eleitorais do Estado, que pode se inclinar maciçamente a seu favor. E ainda é beneficiado pelo tradicional sentimento oposicionista do eleitorado de Goiânia, o maior do Estado.

 

Com tudo isso, é um candidato fraco? Sim, respondem cabeças apaixonadas da base governista e até mesmo luas pretas do governador José Eliton e do ex-governador Marconi Perillo. O mito em que eles acreditam reza que Caiado seria um político radical, que não agrega e que, portanto, está fadado a tropeçar nas próprias pernas, em uma imaginada sequência de erros que viria a cometer daqui até a eleição.

 

Trata-se de uma visão infantil da política que, para piorar, dá a Caiado mais uma vantagem: a de ser subestimado pelos seus adversários e, daí, encontrar mais espaço livre para se movimentar, já que não está a ser combatido com eficiência e se depara com uma avenida sem obstáculos aberta à sua frente.

 

Por último, observem o comportamento do senador do campo: ele está comedido, mostra-se conciliador, vive sorridente e só é duro quando promete promover uma mudança radical no Estado caso venha a ganhar as eleições. Corretamente, ajustou-se e tornou-se uma espécie de Caiado “paz & amor”. E isso só fortalece a sua candidatura.