Pedagoga da PUC, Jaqueline Cunha revela que, nos últimos 20 anos, sob os governos Marconi, 2.214 escolas rurais foram fechadas em Goiás, prejudicando milhares de crianças e adolescentes
Durante os últimos 20 anos, sob a égide dos governos de Marconi Perillo (houve um interregno, no período 2006/2010, em que Alcides Rodrigues foi o governador, porém manteve todas as políticas marconistas), foram extintas 2.214 escolas rurais em Goiás, restando hoje apenas 460. Isso quer dizer que, das escolas rurais (2.674 unidades) que existiam em 1997, 82% desapareceram a partir de 1998, ano em que Marconi ganhou a sua primeira eleição para governador.
Os números constam de estudo da pedagoga da PUC Jaqueline Cunha(foto) e foram publicados na edição deste sábado do Diário da Manhã, em uma ampla matéria de Renato Dias, e têm reflexos diretos na manutenção da taxa de analfabetismo, que ainda é alta no Estado e chega a quase 8% da população goiana.
Nos últimos 20 anos, não houve nenhum programa destinado à redução do analfabetismo em Goiás. Jaqueline Cunha explica que “o analfabetismo e o analfabetismo funcional (lê mas não compreende) são o resultado das desigualdades sociais, de políticas educacionais equivocadas, como a da extinção das escolas rurais e da educação tradicional enciclopédica, distante da vida, excludente, punitiva, classificatória e hierarquizante”.
A pedagoga ainda acrescenta que a extinção das escolas rurais “obriga milhares de crianças e adolescentes, todos os dias, a colocarem em risco a sua integridade física e mental, durante horas, trafegando por estradas esburacadas, empoeiradas, enlameadas, abrindo e fechando porteiras. Quando cerra as portas de uma pequenina escola, o governo condena à extinção as pequenas comunidades rurais”.