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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

01 jul

Mapa geopolítico das eleições mostra Zé Eliton fragilizado em Goiânia, Aparecida, Anápolis, Rio Verde, Catalão, região nordeste e no máximo dividindo no Entorno. É um cenário propício a uma derrota

O mapa geopolítico de Goiás para as próximas eleições é preocupante para o governador Zé Eliton: ele deve perder em Goiânia, Aparecida, Anápolis, Rio Verde, Jataí, Catalão, região nordeste e no entorno de Brasília, onde sai em desvantagem por ser um nome desconhecido, ao contrário do seu principal adversário, Ronaldo Caiado, popularizado pela sua projeção nacional.

 

Zé Eliton pode contar com Itumbiara – cidade onde foi baleado na barriga – e talvez com algum resultado positivo na região norte do Estado, onde perde para Caiado nas pesquisas, mas tem a sua melhor performance, segundo a última pesquisa do Serpes. Trindade do prefeito Jânio Darrot  também pode ajudar, mas, como Itumbiara, representa um potencial de votos pequeno. Uma miríade de municípios menores também deve sufragar o governador, mas, é bom lembrar, em 1998 Marconi Perillo foi apoiado por 33 prefeitos e Iris Rezende por 213 e o desfecho foi o que se viu.

 

Em Goiânia, a resistência aos governos é histórica. Marconi Perillo, há 20 anos, ganhou na capital e daí em diante nunca mais. Em Aparecida, o forte controle dos Vilelas garante um resultado favorável ao MDB. Anápolis é a terra natal de Caiado e, de resto, não tem nenhuma identidade com Zé Eliton, que será apoiado pelo prefeito Roberto Naves, ainda sem se constituir como liderança. Rio Verde, Jataí e Catalão são redutos de prefeitos oposicionistas bem posicionados. Na região nordeste, de onde o atual governador é originário, Caiado obtém o seu melhor resultados nas pesquisas, com 46% no último levantamento do Serpes. E no entorno de Brasília, há também um quadro negativo, já que Formosa é administrada por um prefeito oposicionista com boa aprovação (Ernesto Roller) e Luziânia está dividida, com a adesão de Marcelo Melo (que praticamente empatou na última eleição com Cristovão Tormin, de resto não confiável) ao projeto caiadista, ambas as cidades influenciando ou representando uma média das demais – o resultado é que, na pesquisa do instituto Real Time para a Rede Record, Zé Eliton tem apenas 8% na região, enquanto Caiado tem 30%.

 

Ao contrário de Marconi Perillo, que, em suas eleições, sempre compensava resultados danosos em uma cidade por outra onde se saía bem, não há onde Zé Eliton possa buscar os votos para equilibrar essa avalanche negativa, pelo menos por enquanto.