Governo Zé Eliton não tem mulheres no secretariado. Nunca houve em Goiás, nem nos tempos do PMDB, uma gestão tão machista, só com homens no 1º escalão
No governo de Zé Eliton, o 1º escalão é todo formado por homens. O secretariado, de cabo a rabo, veste paletó e gravata e usa colônia masculina. As três únicas mulheres que marcam presença na equipe estão em cargos de importância microscópica, de 2º ou 3º escalão: Maria Zaíra, presidente da Fapeg; Daniela Malaspina, presidente da Metrobus; e Lilian Prado, superintendente do Instituto Mauro Borges
Zé Eliton lembra Michel Temer, que também escorregou ao assumir o seu mandato-tampão cercando-se de homens em todos os ministérios, atraindo a desaprovação do país. Goiás sem mulheres no secretariado do governo estadual significa um retrocesso de quase 40 anos, já que nem um partido anacrônico como o PMDB ousou passar tão longe da equidade de gênero nos seus 16 anos de poder e sempre garantiu representatividade feminina nas suas equipes (Iris Rezende, na Prefeitura de Goiânia, tem mulheres no 1º escalão). Essa derrapada dá uma cara de passado à gestão de Zé Eliton. É coisa antiga e mofada.
O governador-tampão não compreendeu que há problemas, sim, em um governo sem mulheres: perde-se a sensibilidade para pautas verdadeiramente importantes às mulheres, em um Estado em 1º lugar quanto ao número de assassinatos de mulheres negras, conforme a última edição do Atlas da Violência do Ipea, e onde a violência contra as mulheres em geral é crescente. Portanto, onde faltam políticas públicas que permitam a elas andar na rua ou viver em suas casas sem medo de sofrer agressões, por exemplo. E garantias para estudar, trabalhar e ter oportunidades. Enfim, coisas que parecem básicas, mas que não se pode esperar que um homem pense por elas.
Não que eles não possam fazer isso. Simplesmente porque elas… podem fazer. Zé Eliton, pelo que se vê, acha que não podem.