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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

03 jul

Na base governista, truques baratos de marquetagem tomaram o lugar da estratégia política: Zé Eliton faz a anticampanha, a antipolítica e pratica o antigoverno. E não tem talento para liderar

Até aqui Caiado não cometeu erros crassos. Toca sua campanha com muita competência. Enquanto isso, os governistas criaram mais uma tese de autoengano: acham que Caiado vai incidir em erros infantis e, em cima desses erros, a candidatura de Zé Eliton vai deslanchar. Dá vontade de rir. Enquanto esperam pelos erros dos outros, não percebem os seus próprios, não os corrigem.

 

Em disputas eleitorais existe sempre o que chamo de “erro primordial”. É aquele que determina todos os demais. Quase sempre é um erro tolo, pouco perceptível, causado pela indolência do candidato, por alguma negligência política, pela soberba que se acredita vitoriosa por antecipação.

 

Caiado tem, sim, cometido alguns erros. Mas seus adversários não os percebem. Em não os percebendo, não tiram proveito deles. E esses erros por si só se anulam. Os assessores políticos de Zé Eliton são umas nulidades, exceto Deusmar Barreto. Este é fera, mas estou sabendo que anda jogado às cobras. Não é lambido nem cheirado. Esta campanha do velho Tempo Novo é o apanágio da mediocridade, da medorréia… da burrice, em suma. A tropa é da pior qualidade e o comandante não tem talento para conduzir homens. Não é líder.

 

O erro primordial de Zé Eliton foi ter trocado política por“gestão” . Isso o levou a substituir o contato direto e afetuoso com os goianos por vazias pompas palacianas. Disso se segue que os truques baratos da marquetagem tomaram o lugar da estratégia política. E o chefe de cerimonial do Esmeraldas ganhou primazia sobre o animador de palanque. Zé Eliton faz a anticampanha, a antipolítica e pratica o antigoverno. Por isso é que vai perder a eleição.(Helvécio Cardoso, jornalista)