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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

15 jul

Estratégia de se dedicar ao governo e adiar a campanha deu errado para Zé Eliton, que perdeu tempo precioso e continua estagnado nas pesquisas – deixando a base governista deprimida

A pesquisa Ibope/Adial confirma a tese que este blog sempre defendeu: o mero rame-rame do dia a dia do governo, a que Zé Eliton se dedicou desde que assumiu, em 7 abril, e como passou anos e anos fazendo como vice-governador, acompanhando o titular Marconi Perillo em quase tudo, pode dar até alguma vitrine, mas não rende pontos nas pesquisas. Audiências, reuniões, eventos, inaugurações no interior – nada disso  posiciona uma candidatura a governador.

 

Dentro da base governista, o bordão sempre foi o de que Zé Eliton não lideraria as pesquisas porque ainda não seria conhecido. Esse argumento é inválido. Do ponto de vista lógico. Ser conhecido não implica necessariamente em preferência do eleitor.

 

É duplamente inválido, de resto, porque a premissa é falsa: Zé Eliton é, sim, muito conhecido. Sua performance ruim tem outras causas.

 

Ele está há sete anos e meio no governo. Sete anos como vice-governador e mais de três meses como governador efetivo. E nunca foi um vice decorativo. Ao contrário, sempre atuou intensamente no governo. Foi presidente da Celg, várias vezes secretário de Estado, chefiou muitas missões ao exterior, coordenou a distribuição dos recursos da venda da Celg e sempre esteve na mídia.

 

Quando os correligionários de Zé Eliton insistiam no argumento de que ele pontuaria nas pesquisas quando se tornasse conhecido, estavam apenas revelando com isso que são pessoas que perderam a confiança na política, que acreditam em truques de marquetagem e em bossas publicitárias. E agora o levantamento Ibope/Adial está aí ainda mostrando a dura realidade: nada mudou. Em seus três meses como governador, Zé Eliton recusou-se a fazer política e empenhou-se em governar. Perdeu tempo e coisa alguma mudou.(Com a colaboração de Helvécio Cardoso)