Baldy opera abertamente para levar o PP a apoiar Daniel Vilela e concentra todos os esforços para vencer a resistência do deputado Roberto Balestra e evitar traumas no reposicionamento do partido
O ministro das Cidades Alexandre Baldy está operando abertamente, sem nenhuma reserva, a favor da coligação do partido que preside em Goiás, o PP, com o MDB do deputado federal Daniel Vilela.
Baldy recebeu forte sinalização do presidente Michel Temes, do ministro-chefe da Secretaria de Governo Carlos Marum e do presidente nacional do PP Ciro Nogueira no sentido de abandonar a base de Zé Eliton e Marconi e acertar os ponteiros com Daniel Vilela.
Não cumprir essa orientação implicaria em riscos para a sobrevivência de Baldy na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Ele renunciou a uma reeleição certa para a Câmara dos Deputados para permanecer na pasta das Cidades – sair agora seria comprometer o seu futuro político, quando, se uma candidatura de centro ganhar a eleição presidencial, ele tem fortes chances de permanecer no cargo no próximo governo ou de ser promovido para outro melhor.
Baldy trabalha para reduzir o trauma da defecção do PP da base aliada e adesão ao MDB. A grande resistência que enfrenta, agora, é a do deputado federal Roberto Balestra, figura tradicional do partido e líder também da maioria dos seus prefeitos. Os dois – Baldy e Balestra – têm diálogo de alto nível e estão conversando intensamente.
Balestra quer ficar com Zé Eliton, apesar das restrições pessoais que tem a ele: foi Zé Eliton quem defenestrou Balestra da direção estadual do PP, em 2015, mas não ficou no partido, indicando o senador Wilder Morais para o seu lugar. Wilder também não ficou: saiu e foi para o DEM, em busca de uma vaga para tentar o Senado. A Balestra, restou o prejuízo.