Comunicação do governo tentou deturpar o ranking da Folha de S. Paulo, que listou Goiás como um Estado de baixa eficiência em Educação, Saúde, Segurança e Infraestrutura. Veja a verdade, leitor
O ranking elaborado pela Folha de S. Paulo e publicado no último domingo, listando os Estados brasileiros pelo critério de eficiência nos gastos com Educação, Saúde, Segurança e Infraestrutura classificou Goiás como de “alguma eficiência” nessas áreas.
Pior: o Estado está no limite para ser rebaixado e considerado como “pouco eficiente” ou ‘ineficiente”.
O ranking registra que toda a receita do governo goiano está comprometida com o pagamento da folha e demais despesas correntes. Somando-se a isso a impossibilidade de captar recursos com aval da União, que é proibida de dar endosso a empréstimos e financiamentos a Estados com nota C na classificação do Tesouro Nacional (situação de Goiás), a situação tende a complicar e vai representar um desafio a mais para o próximo governador.
Ninguém do governo Zé Eliton falou sobre o ranking. Mas a comunicação palaciana se mexeu e tentou vender a notícia como positiva para Goiás e prova de que os governos do Tempo Novo fizeram um bom trabalho na área fiscal. Eles extraíram do ranking algo que não está lá: Goiás estaria em 11º lugar em “eficiência” dos gastos públicos e seria, portanto, “destaque”. Não é verdade.
A verdade? Leia: dentre todos os Estados, cinco foram considerados eficientes pelo ranking da Folha: Santa Catarina, São Paulo, Paraná, Pernambuco e Espírito Santo, seis foram considerados de “alguma eficiência” (dentre os quais Goiás foi o último, com nota no limite do rebaixamento, daí a interpretação fantasiosa da comunicação palaciana de que o Estado estaria em 11º lugar em “eficiência”) e os outros 15 foram avaliados como “pouco eficientes” ou “ineficientes”. A nota atribuída ao Estado foi 0,445, numa escala que varia de 0 a 1, ou seja, nota vermelha.