Informações, análises e comentários do jornalista
José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

26 ago

Redes sociais dos candidatos governistas estão tão equivocadas que eles só se comunicam com eles mesmos e se esquecem do mais importante em qualquer eleição: falar com o eleitor

Zé Eliton manda um recado para Marconi Perillo. Este responde e pergunta alguma coisa a Raquel Teixeira, que pega a bola e passa para Fabrina Muller. Animada, a primeira-dama se dirige a Marconi, que agora conversa com Lúcia Vânia, que fala com a ex Valéria Perillo, que fala com Raquel, que fala com Zé Vitti, que fala com Zé Eliton, que de novo fala com Marconi e assim por diante, em um círculo vicioso que não tem fim – eles envolvidos com eles mesmos.

 

Em resumo, é isso que os candidatos majoritários tucanos estão fazendo nos Stories dos seus perfis no Instagram, comunicando-se intensamente uns com os outros(veja a postagem de Marconi, abrindo o dia, neste domingo, já chamando a turma e, pior, em linguagem escrachada, incompatível com o cargo de senador a que se propõe: parece até Kajuru), contando suas atividades, perguntando como a campanha de cada um vai indo, enviando abraços, beijos e manifestações de carinho, se esforçando para passar alegria e confiança, mas tudo entre eles, sem a menor preocupação com quem é mais importante em qualquer eleição: o eleitor.

 

Tem-se a impressão que Marconi, Zé Eliton, Lúcia Vânia, Raquel, Zé Vitti, Fabrina e Valéria vivem em um mundo fechado e que só eles existem. Que a eleição, enfim, é só um passeio, não uma decisão fundamental sobre o futuro de Goiás e dos goianos. Que eles já ganharam. As redes sociais, que os políticos deveriam usar para ampliar a sua interação com a sociedade, para a família tucana servem… como um grupo de WhatsApp só deles e de mais ninguém.

 

Justiça se faça: Ronaldo Caiado é muito eficiente ao aproveitar os seus perfis no Instagram, Twitter ou Facebook para um olho-no-olho online, até onde isso é possível. Até Daniel Vilela, que padece de falta de estrutura crônica, se sai melhor, principalmente dentro da linha que adotou de falar das suas propostas nas suas contas digitais. Os dois focados em atingir de alguma maneira o público.

 

Quer dizer, se tem eleitor no pedaço, é atrás dele que é preciso ir. Mas os tucanos estão vivendo no mundo da fantasia, apesar de todos os avisos, como as últimas pesquisas do Grupom e do Serpes. Principal quando está claro, muito claro, que ele, o eleitor, não está satisfeito com o Tempo Novo.