Direitos de resposta obtidos por Marconi na Justiça Eleitoral tendem a provocar um efeito inesperado: dar credibilidade aos ataques e melhorar ainda mais a posição de Kajuru nas pesquisas

O “direito de resposta”, que a Justiça Eleitoral eventualmente pode conceder a um candidato que se considera ofendido por outro, durante o horário eleitoral, costuma ser visto pelo eleitor de forma negativa para quem supostamente seria o seu beneficiário.
Marqueteiros e comunicadores sabem que o direito de resposta é um dos maiores desafios da propaganda eleitoral. Geralmente concedidos pelo mesmo espaço de tempo usado para o ataque, são de difícil criação e execução, primeiro pela dificuldade de levar em prazo curto a elucidação correta aos telespectadores e segundo por induzir à impressão de que o candidato ofendido não soube se explicar por conta própria e teve que recorrer ao “tapetão”.
Além disso, o direito de resposta tem uma regra que não concorre a favor de quem o consegue: não pode abordar qualquer assunto que não o mencionado na ofensa, o que, às vezes, torna difícil a sua contextualização. Assim, em vez de esclarecer, pode confundir ainda mais o eleitor.
Por tudo isso, no caso Marconi x Kajuru, os três direitos de resposta concedidos ao tucano, ocupando o tempo de Kajuru no rádio e televisão, podem se virar contra Marconi e a favor do vereador-radialista, ao sugerir uma espécie de intervenção injusta em um debate entre candidatos que deveria ser livre e, pior, a favor de alguém que não soube se defender sozinho. E, para complicar, dependendo de como serão formatados. Na prática, mais votos para Kajuru.