“Os fatos em apuração não têm nada a ver com a nossa campanha”, diz Zé Eliton. Não é verdade: para quê o coordenador-geral Jayme Rincón guardava R$ 1 milhão em dinheiro vivo na casa do motorista?
O governador Zé Eliton está alegando que a Operação Cash Delivery não tem nada a ver com a sua campanha e que as buscas e apreensões nos endereços de Marconi Perillo e a prisão de Jayme Rincón “referem-se a fatos pretéritos”.
Não acredite, leitor. Primeiro, as propinas da Odebrecht foram repassadas a Marconi em dois períodos eleitorais, em 2010 e em 2014, quando Zé Eliton integrou a chapa do PSDB como candidato a vice e, como foi eleito, beneficiou-se portanto das vantagens ilícitas proporcionadas pelos R$ 12 milhões irregularmente doados pela construtora.
Segundo, o mais grave: as equipes da Polícia Federal depararam-se com quase R$ 1 milhão de reais em dinheiro vivo na casa do motorista de Jayme Rincón(print acima de imagem da TV Anhanguera) e mais R$ 80 mil na sua própria residência. Como Rincón era o coordenador-geral da campanha de Zé Eliton , a dedução mais lógica é que essa montanha de papel moeda seria usada para pagar despesas da campanha… do Zé. Não à toa, é fim de mês e, no comitê central dos tucanos, na avenida T-63, centenas de militantes contratados aguardavam pagamento, que, até a manhã deste sábado, não foi feito.
Ninguém acreditaria que esse dinheiro seria o que sobrou das propinas de 2010 e 2014. De onde veio e para onde iria?