Transferência do governo para uma velha capital é costume superado que não existe em nenhum outro Estado e implica em gastos de milhões em troca de nenhum benefício para o povo goiano
Como é que um Estado em forte crise financeira, segundo alega o governador Ronaldo Caiado, pode se dar ao luxo de transferir a sede do governo para a velha capital, a um custo financeiro elevado em termos de deslocamento de funcionários com as suas subsequente diárias, vôos de aviões, viagens de carro, banquetes, centenas de medalhas (acompanhadas de faixas e estojos), locação de tendas e palcos, aparatos de segurança e tudo o mais em matéria de gastos que são exigidos para uma ocasião como essa? E sem falar na paralisação do governo por praticamente uma semana?
Não tem sentido. Não há nenhum ganho ou benefício prático para os milhões de goianos que pagam impostos e sustentam um Estado que continua ineficiente, ao contrário do que prometeu o candidato que venceu as eleições do ano passado com um discurso forte de mudança, no final das contas gorado, pelo menos quando se consideram os sete primeiros meses da nova gestão. Mudar o governo para a Cidade de Goiás poderia, sim, acontecer, mesmo porque se trata de uma lei e leis devem ser cumpridas. Mas de forma sóbria e condizente com o discurso de austeridade que Caiado repete sem parar, com despesas mínimas. Essa folia não existe em nenhum outro Estado ou país. É coisa da roça goiana mesmo.
Pior é que, nesta sexta-feira, 26 de julho, não houve expediente nas repartições estaduais por conta da tal transferência da capital. Trata-se de um desvario, que Caiado poderia ter evitado, mas preferiu manter ao repetir tudo o que os antecessores fizeram no passado, desde a farra na distribuição de medalhas até a sequência de festas nas ruas de pedra que de importante para Goiás só têm hoje um ralo potencial turístico, nada mais – é a dura verdade. O feriado é injustificável. A transferência da sede do governo, a peso de ouro, menos ainda. Nem parece que houve eleições e que o governador é outro.