É sério: Caiado e Gracinha andam dizendo que a Assembleia retomou com Lissauer Vieira as práticas corruptas do passado e se transformou em “barril de pólvora” que pode explodir a qualquer hora
O que vocês vão ler agora, leitora e leitor, não faz parte do campo visível da política em Goiás, mas está situado numa zona cinzenta que podemos chamar de bastidores. É que o governador Ronaldo Caiado e a primeira dama Gracinha, que não engolem o presidente da Assembleia Lissauer Vieira, andam passando a interlocutores da área política que existem irregularidades graves no Poder Legislativo, repetindo situações denunciadas no passado, transformando a casa em um verdadeiro “barril de pólvora” – que pode explodir a qualquer momento e trazer para as manchetes uma nova e espetacular celeuma envolvendo os deputados estaduais.
Nenhum dos dois vai confirmar essa informação. Mas estão dizendo por aí. Caiado reclama de estar sendo “chantageado” pelos parlamentares, especialmente pelos da sua própria base. O que eles pedem seria inaceitável. Gracinha aborda um e outro, ameaçando com a responsabilização da Assembleia caso o salário do funcionalismo venha a atrasar e os projetos de ajuste fiscal (leia-se: a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal) não venham a ser aprovados. Por trás de tudo, uma intimidação pesada: a deflagração de um escândalo relacionado com o pagamento de diárias fictícias, funcionários fantasmas, deputados privilegiados com R$ 250 mil em cargos no Legislativo e a cereja do bolo: vantagens que teriam sido incluídas no contrato com a empreiteira que está construindo a maior obra pública do Estado no momento, ou seja, a nova sede da Assembleia no Park Lozandes.
Lissauer Vieira já está escaldado com Caiado: ele atribui a artimanhas do governador a denúncia que o Ministério Público Estadual fez contra ele, em Rio Verde, em razão de um show musical que patrocinou com uma emenda de sua autoria. Como se tratava de material antigo, achou-se que teria sido requentado, por artes de uma das filhas de Caiado, a advogada Anna Vitória, que tem influência entre promotores e procuradores e estaria por trás do que seria uma retaliação contra o presidente da Assembleia. Esse episódio deixou sequelas.
O que vem sendo cogitado, no entanto, é muito pior. Caiado está sendo alimentado por deputados da sua confiança, como Amauri Ribeiro e Delegado Humberto Teófilo, acostumados com o jogo pesado e que já andaram falando em desvios dentro da atual gestão da Assembleia. Na Casa, as tentações são de fato muito sedutoras. Não à toa, o diretor geral e um deputado em exercício do mandato, em dias passados, chegaram a ser presos. É esse espectro que Caiado e Gracinha balançam diante de Lissauer Vieira e do seu grupo de apoio, que não é pequeno. O tempo, na Alameda dos Buritis, pode ficar ruim. Com tendência a tempestades.