“Quando o seu adversário erra, não atrapalhe”, ensinava Napoleão e é essa a mensagem que Marconi está passando para os tucanos de Goiás, para justificar o seu recolhimento em São Paulo
O ex-governador Marconi Perillo está mais convencido do que nunca quanto ao acerto da sua estratégia de se afastar do cenário político estadual e deixar o campo aberto para que o seu adversário Ronaldo Caiado siga em frente às custas de tropeções nas próprias pernas – o que, de fato, é o que vem ocorrendo, com o atual governo mostrando-se sem rumo e hesitante quanto ao que fazer, com o desperdício dos seus primeiros oitos meses de mandato.
Radicado em São Paulo, com raras viagens a Goiânia ou ao seu sítio em Pirenópolis, Marconi aproveita para se dedicar à sua defesa nos quase 15 processos judiciais a que responde e, mesmo sabendo que a Justiça é lenta no Brasil e que esse martírio forense pode se prolongar por mais de 10 anos, acredita que essa situação não trará prejuízos para o seu oportuno retorno à política. Por ora, o projeto que alimenta é se candidatar a deputado federal em 2022, mas é óbvio que daqui até lá há muita água para passar debaixo da ponte, especialmente a partir da grande surpresa negativa que tem sido a administração de Caiado.
Enquanto isso, é com prazer que Marconi assiste ao que entende ser a erosão cada mais intensa do prestígio de um governador que foi eleito com uma votação espetacular, mas jogou esse capital no lixo, e à falta de racionalização para o comando que o Palácio das Esmeraldas deveria exercer sobre a administração estadual e sobre a sua base política. E tudo isso sem que seja necessária qualquer contribuição da oposição para acelerar os desgastes ou criar obstáculos para Caiado. Ele, digamos assim, é o seu próprio inimigo. Marconi segue uma máxima que aprendeu lendo comentários de Napoleão Bonaparte sobre a arte da guerra: quando o inimigo erra, jamais atrapalhe.