Para dar certo, Caiado só precisa ser o Caiado que foi na eleição, compromissado com uma mudança radical nas políticas de Estado e voltado para uma austeridade fiscal realmente… radical
O governador Ronaldo Caiado completou oito meses de mandato marcado por idas e vindas, mas convenhamos: não existe fórmula para que o seu governo dê certo além da mais óbvia de todas, ou seja, ser como administrador o Caiado que ele foi como candidato nas eleições do ano passado, que venceu espetacularmente.
É simples. Quem votou em Caiado o fez porque acreditou que ele traria uma transformação radical para o Estado, não só quanto ao combate à corrupção e principalmente quanto a um novo modelo de administração, mais eficiente, econômico, enxuto e capaz de atender às necessidade básicas da população. Portanto, é isso que o governador tem que fazer. É esse o contrato que ele tem com cada um de nós, leitora e leitor. E sem ficar na dependência de decisões de Brasília que podem nunca chegar e também sem ser atrapalhado pela oposição na Assembleia, onde, até hoje, infelizmente patina quanto a formação de uma base de apoio segura e confortável.
Não adianta também viabilizar empréstimos, que têm que ser pagos lá na frente, e só servirão para tapar temporariamente buracos que, logo após, serão reabertos. É missão de Caiado, delegada pelas urnas, a promoção de uma reforma drástica do Estado, com a eliminação dos drenos por onde se esvaem preciosos recursos públicos – um exemplo são as 16 estatais que Goiás possui, quando, no país, somente São Paulo, com 20, e Minas Gerais com 19, possuem mais empresas públicas. Isso não rende nada. Fora a Saneago e a Celg Geração & Transmissão, que são rentáveis, todo o resto é de uma inutilidade acachapante. Para quê, por exemplo, manter uma emissora de televisão e duas de rádio que não têm audiência e não atendem a nenhuma finalidade coletiva, como a TV Brasil Central e as rádios Brasil Central AM e FM?
Caiado recebeu das urnas o que se chama de múnus público para fazer os cortes necessários e implantar um novo modelo de Estado, em que a receita não mais seria menor do que as despesas. Isso vigorou em Goiás desde sempre, deu certo de alguma maneira, mas não funciona mais. O primeiro desafio do governo, agora, é se tornar enxuto e racional, priorizando áreas como a Educação, Saúde e Segurança – que são o que de mais importante existe para qualquer cidadã ou cidadão.
O caminho está aberto. E ainda há tempo. O cheque em branco recebido com a vitória no 1º turno, em 2018, tem validade até o final deste ano. Depois, será recusado pelo grande fiador da eleição de Caiado, que é o eleitorado goiano. É preciso ter cabeça menos de parlamentar e mais de executivo. O dever de casa do governador, em Goiás, todos sabem qual é. Basta ser mais proativo e escolher o rumo correto que levará a um futuro melhor para o Estado.