Saíram os nomes dos oficiais dos Bombeiros envolvidos na fraude da certificação contra incêndio e pânico. Faltam as empresas, inclusive o shopping center, que pagaram propinas pelo alvará
Em um passo importante quanto a transparência e comprometimento real com o interesse público, o Ministério Público Estadual divulgou os nomes dos seis oficiais do Corpo de Bombeiros envolvidos na fraude da certificação de segurança contra incêndio e pânico. Ótimo. Não é possível esconder esse tipo de informação, sob qualquer pretexto, mesmo porque parece haver abundância de provas quanto as falcatruas praticadas em um setor que envolve questões de risco de vida para a população.
Mas ainda ficou faltando a revelação das empresas que receberam o documento mediante pagamento de propina e não atendendo as requisitos legais. Isso é sério, leitora e leitor. Se você vai a uma loja ou estabelecimento de qualquer natureza que não cumpre os requisitos de prevenção contra incêndios ou tumultos, está expondo a sua integridade física. Segundo a operação do Ministério Público, centenas de empresas pagaram para receber a certificação, inclusive um shopping center e pelo menos 145 firmas instaladas na região da rua 44, ultramovimentada rotineiramente, ainda mais em época pré-natalina.
Ocultar detalhes em uma situação delicada como essa não corresponde aos deveres de proteção da coletividade do Ministério Público e das demais autoridades envolvidas. No mínimo, é preciso reconhecer ao consumidor o direito de escolher não comprar em locais onde existe perigo real para a sua incolumidade. É o próximo passo e urgente.