Visão de O Popular, ao definir em editorial a destinação de ambulâncias para prefeituras como “prática nociva”, é tão elitista quanto inaceitável
Um jornal que ocupa o 1º lugar no ranking de importância do Estado, como O Popular, deveria ser mais criterioso e preocupado com os interesses coletivos em vez de atacar como “prática nociva” as soluções que atendem às necessidades imediatas das goianas e goianos carentes em termos de atendimento de saúde.
Segundo O Popular, em editorial nesta segunda, 9 de dezembro, “a utilização de um terço do dinheiro das emendas impositivas dos deputados estaduais para a compra de veículos indica a perpetuação de uma prática nociva, apelidada de ‘ambulancioterapia’. Trata-se da tradição de enviar pacientes para tratamento na capital, mantendo
localidades menores sem estrutura necessária para atendimento de sua população”.
O editorial imagina que o certo seria destinar esses recursos para instalar, até mesmo nas pequenas cidades, unidades de prestação de serviços médicos, dispensando a necessidade de transporte dos pacientes até Goiânia. Isso não tem sentido. Não há nem haverá jamais serviços qualificados de medicina em cidades de porte reduzido. Nas médias, talvez alguma coisa, mas ainda longe do que sempre estará garantido em termos de assistência a doentes nos grandes centros urbanos.
Ao contrário do que diz O Popular, os deputados estaduais deveriam ser parabenizados por enviar ambulâncias para os municípios. Serão veículos novos e, dentro dessa condição, inevitavelmente mais confortáveis e eficientes. Os senhores parlamentares mostram que estão, nesse caso, antenados com as necessidades reais e imediatas da população. Ah, sim… em um mundo ideal, talvez o jornal tivesse razão. Mas, até lá, estaremos todos mortos.