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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

21 dez

Atenção servidores: os deputados que pretensamente se arvoram como seus defensores fizeram um péssimo trabalho e não souberam discutir os projetos que extinguiram seus privilégios

Os deputados estaduais – nos próximos parágrafos este blog citará um a um os seus nomes – que pretensamente se arvoram em defensores dos direitos, melhor dizer privilégios, dos funcionários públicos, fortemente afetados pelos projetos reformistas encaminhados pelo governador Ronaldo Caiado ao Legislativo, fizeram um péssimo trabalho durante os debates na Assembleia e, como não poderia deixar de ser… fracassaram redondamente.

Em vez de entender o realidade atual do país e compreender que o funcionalismo representa apenas uma pequena parcela da população (135 mil em Goiás, contra 7 milhões de goianas e goianos), esses parlamentares partiram para uma atuação agressiva dentro da proposta de simplesmente manter, a qualquer custo, todas as regalias e vantagens que diferenciam o servidor do Estado da maioria esmagadora dos trabalhadores da iniciativa privada.

Os argumentos usados foram os piores possíveis. Este blog registrou o deputado delegado Humberto Teófilo afirmando, da tribuna da Assembleia, que as reformas não passariam de uma “covardia” contra o funcionalismo. Ora, isso não é argumento, mais se aparentando a uma bobagem. Igual a deputada Leda Borges dizer que se trata de uma “perversidade”. Ridículo. O que ele, mais os deputados Major Araújo, Virmondes Cruvinel, Alysson Lima, Eduardo Prado e Karlos Cabral fizeram foi recorrer a palavras de efeito, raciocínios emocionais (seria uma contradição?) e a mais deslavada demagogia para defender o que entenderam ser nocivo e negativo para os servidores, nenhum deles, absolutamente nenhum, capaz de apresentar qualquer alternativa para resolver o indiscutível rombo das contas públicas caso a situação financeira do Estado permaneça como está hoje.

Na triste visão de mundo desses parlamentares, somando-se a eles a turma da oposição, que é do contra porque tem de ser, embora, nos governos de Marconi Perillo, tenha se posicionado a favor das mesmíssimas medidas, é tudo uma questão de “maldade” para prejudicar o imenso contigente de trabalhadores do Estado. Não é bem assim. Os projetos reformistas de Caiado, façamos justiça, atacaram de frente situações do passado que, persistindo, não têm mais a menor justificativa no mundo de hoje. Tanto que, na maioria dos Estados e no governo federal, já foram suprimidas. Como é que poderiam continuar sobrevivendo apenas em Goiás?

Anote aí, leitora e leitor que são servidores estaduais: ninguém os defendeu na Assembleia, pelo menos com inteligência e sabedoria. O que os deputados que se enfiam no papel de seus representantes fizeram foi abaixo da crítica. Em discursos e entrevistas, só falaram besteiras. Claro, isso não levaria a lugar nenhum como não levou. Todos os projetos acabaram aprovados praticamente na forma original com que foram encaminhados. É o preço da burrice e da incompetência.