Informações, análises e comentários do jornalista
José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

27 dez

Caiado demorou um ano, mas mudou a agenda política do Estado e está empreendendo as reformas que são necessárias para o futuro das goianas e dos goianos

O governador Ronaldo Caiado terminou o seu 1º ano de mandato muito, mas muito acima das expectativas que gerou no começo. De cara, até os mais apaixonados defensores do ex-governador Marconi Perillo ou aqueles que por um motivo qualquer são contra o atual governador, devem concordar com uma verdade inafastável: a agenda do Estado mudou. Tudo o que se falou nos últimos 20 anos foi varrido para o lixo. Imprensa, formadores de opinião, movimentos sociais, classe política e todos os setores envolvidos de uma maneira ou de outra no debate sobre o futuro de Goiás e das goianas e goianos passaram a discutir um novo leque de diagnósticos e propostas para os desafios que ainda esperam uma solução do governo estadual, muito mais consistente que a pauta anterior.

Do passado, infelizmente para os tucanos, restou um veredito negativo. Houve um excesso de casos de corrupção, que não param de ser denunciados e tudo indica que vão continuar a ser, aparecendo em pencas a cada semana. Além dessa triste herança dos governos do PSDB, há também que se considerar a reavaliação que, colocada alguma distância histórica, atingiu como um tiro na testa os cânones das administrações de Marconi e Zé Eliton, como por exemplo a política de incentivos fiscais, agora claramente entendida como desastrosa, ou os programas sociais, estruturados em bases financeiras insustentáveis e incapazes de fazer com que Goiás saísse da condição de Estado com maior percentual de pobres no Centro-Oeste.

Pode-se dizer até que, para tomar as suas decisões de governo, ficou fácil para Caiado, assim como o foi vencer as eleições com uma margem de votos simplesmente espetacular e em 1º turno. O que ele precisava, a mais, ele trouxe sobrando do berço, ou seja, a coragem para contrariar interesses poderosos configurados nos privilégios de sempre do funcionalismo público e nas regalias do grande empresariado quanto a isenções e descontos de ICMS. São sangrias escoando pelo ralo o precioso dinheiro do contribuinte, a primeira na frente das despesas e a segunda na linha da receitas, que já passavam da hora de serem estancadas.

Todos esses desequilíbrios foram gerados no passado recente, cujos representantes hoje não encontram argumentos para defender os seus atos e se aferram a chavões vazios e ultrapassadas palavras de ordem, em especial a triste ladainha da “defesa do legado”, quando a agenda de Goiás já evoluiu para os novos parâmetros que Caiado está implantando para o futuro. Os governantes de antigamente “vendiam o Estado como um lugar maravilhoso”, lembrou o presidente da Assembleia Lissauer Vieira. Goiás foi um conto de fadas, que, como se sabe, não passa de pura fantasia. Caiado significou a necessária volta à realidade. Como ficar contra, a troco de nada?