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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

10 jan

Jânio Darrot, que é um homem de bem, nunca deveria ter aceitado a presidência estadual do PSDB, para a qual foi chamado por Marconi para fazer o papel de fantoche de uma verdadeira “máfia”

Deu no que deu e não poderia dar em outra: o mega empresário e prefeito de Trindade Jânio Darrot acabou desistindo da presidência estadual do PSDB, função a que foi guindado – como registrou este blog logo quando ele foi anunciado e vocês, leitora e leitor, podem conferir aquiaqui – por obra e graça do ex-governador Marconi Perillo. Não há a menor dúvida de que o tucano-mor de Goiás pensou estar designando para o seu partido um homem da sua estrita confiança, que não ofereceria nenhum risco para o rigoroso controle de que não abre mão de exercer sobre a legenda, inteiramente subordinada aos seus interesses pessoais, entre os quais manter as portas fechadas a qualquer tipo de reciclagem ou renovação.

Deu boró. E deu porque Jânio Darrot é um homem de bem, decente e honesto e jamais se encaixaria no papel de marionete à frente de uma verdadeira “máfia”, que é a realidade do PSDB hoje em Goiás, pelo menos quanto a panelinha que controla a sigla, sob a liderança de Marconi. Jânio Darrot demorou seis meses para descobrir que estava sendo usado, que não era presidente de fato e que as decisões que contavam estavam sendo tomadas pelo ex-governador, na surdina, sem sequer a deferência de contar a ele, antes. Se aceitasse, o prefeito de Trindade não passaria de uma minhoca política ou partidária, a serviço de um grupo que perdeu a sintonia com os interesses das goianas e dos goianos e tem hoje uma folha policial/judicial que é exemplo, negativo, para o Brasil.

Jânio Darrot é um ponto fora da curva do PSDB estadual. Tem um currículo parecido com o do governador Ronaldo Caiado: nunca foi envolvido em escândalos, mesmo prestes a completar dois mandatos como prefeito de Trindade sem jamais ter sido questionado quanto a qualquer ato administrativo. A única nódoa na sua biografia é o fato de ser filiado a uma legenda que, ele está aprendendo a duras penas, assemelha-se mais a uma “cosa nostra” estadual. É o caso de repetir o conselho do então deputado Roberto Jefferson ao ministro da Casa Civil José Dirceu: “Sai daí, Zé”. Ou seja: “Sai daí, Jânio. Você não é um deles”.

Jânio Darrot, saiu, mas, por enquanto, só da presidência. Deveria sair do partido.