Maguito dá como favas contadas que Iris não disputará a reeleição e já está até elaborando um plano de governo para Goiânia
O ex-prefeito de Aparecida e ex-tudo em Goiás Maguito Vilela não admite, não assume e não fala sobre o assunto, mas dá como favas contadas que o prefeito Iris Rezende não disputará a reeleição e, como consequência, será ele o candidato do MDB e do velho cacique emedebista à prefeitura de Goiânia.
Um político como Maguito precisa ser entendido como ele exatamente é. Antes de mais nada, não é dado a qualquer tipo de confronto e por isso mesmo é chamado com frequência de dissimulado. Isso quer dizer que, quando pretende chegar a um objetivo, procura a dar a impressão de que não. Quer desesperadamente ser candidato a prefeito de Goiânia, por exemplo, só que nunca assume jamais essa vontade. Como o chinês que se senta à porta de casa para esperar a passagem do cortejo fúnebre dos seus inimigos, Maguito não faz nada para contrariar Iris e aguarda silenciosamente o anúncio da desistência do prefeito.
Mesmo assim, não dorme no ponto. No seu escritório próximo à avenida Rio Verde, em Goiânia, perto da divisa com Aparecida, o seu braço direito Carlos Eduardo de Paula Rodrigues, ex-secretário de Finanças ao longo dos seus anos como prefeito de Aparecida, reúne grupos de colaboradores para produzir uma proposta de governo para a capital. E também, de certa forma, buscando uma estratégia de campanha, que terá a ver com a crise do coronavírus e de alguma forma ressuscitará o que foi o forte do mandato de Maguito como governador do Estado, quando, digamos assim, a única obra visível foi a distribuição de cestas básicas para a população carente. Em uma campanha que tende a se dar sob o signo da pandemia devastadora, essa, incrivelmente, poderá ser a bandeira do candidato que se imagina substituto de Iris.
Para os planos de Maguito, o único problema é… Iris, alguém em que não se pode confiar de jeito nenhum em matéria de projetos eleitorais. Sabe-se hoje que o prefeito, até há pouco convencido da facilidade da sua reeleição, passou a alimentar uma forte insegurança, em razão da falência do cronograma das dezenas de obras que toca em Goiânia e não tem uma face humana e solidária. Sim, uma grande parte, ao contrário do que foi prometido, não será entregue até a eleição, criando um foco de desgastes para um administrador que só se baseia em viaduto, asfalto e construções – o tipo da prioridade que, em tempos de emergência social, econômica e sanitária trazida pela peste, caiu em matéria de importância. Anotem aí, leitoras e leitores, Iris, até a eleição, não conseguirá inaugurar nem a metade das obras que prometeu. É por ter consciência dessa impossibilidade que ele balança, hoje, sobre a sua recandidatura, e abre caminho a Maguito.