Campanha começa em Goiânia com Vanderlan melhor posicionado do que Maguito, inclusive quanto ao quesito que vai dominar os debates: a modernização das políticas públicas na capital
Imaginava-se que, com a aposentadoria de Iris Rezende, o grande beneficiado nas eleições em Goiânia seria o ex-prefeito de Aparecida Maguito Vilela, teoricamente herdeiro de todas as vantagens que o velho cacique emedebista teria se fosse candidato à reeleição. Mas não foi o que aconteceu. Maguito, deitado em berço esplêndido, levou uma rasteira ao ser engolido por uma rápida evolução dos fatos que levou primeiro a um exercício de realismo por parte do PSD do ex-deputado Vilmar Rocha e em seguida a uma aproximação, com consequências drásticas para a política em Goiás não só neste como também nos próximos anos, entre esse partido e o governador Ronaldo Caiado e seu DEM.
Maguito viu da janela a banda passar. De favorito, em pouco menos que uma semana caiu para a condição de desafiante ainda bem posicionado, só que não mais na liderança da corrida eleitoral na capital. Podem apostar, leitoras e leitor: nos próximos dias – e serão apenas 60 até a data da eleição, 15 de novembro – vamos assistir a uma deterioração dos votos emedebistas, com uma migração do eleitorado a favor do nome de Vanderlan, que representa, muito mais do que Maguito, a proposta de modernização das políticas públicas que devem ser garantidas às goianienses e aos goianienses, isso graças ao seu passado de empresário bem sucedido e à sua boa atuação no Senado.
O novel candidato do MDB percebeu a desvantagem em que foi colocado. Tanto que passou a despejar ideias e projetos aos borbotões, enquanto seu adversário segue sem estresse, absorvendo o forte capital político que representará na eleição em Goiânia ao se aliar a Caiado, um governante que, quase dois anos após a posse, segue bem avaliado pela população. A adrelina eleitoral esquentou o sangue de Maguito, porém na direção errada: o excesso de promessas tira a credibilidade de qualquer candidato a qualquer cargo executivo porque o eleitor, com a sua sabedoria peculiar, sabe que não há recursos para fazer milagres ou implementar planos mirabolantes.
Transformar Goiânia em cidade inteligente, instituir programas sociais na prefeitura, atrair investimentos com isenção de impostos, construir um World Trade Center e resolver o transporte coletivo foram apenas alguns motes que Maguito, em dois ou três dias de campanha, já saiu anunciando. Coisa demais, sem explicações convicentes, com base apenas em boas intenções. Isso apenas mostra vontade de agradar o eleitorado a qualquer custo e denuncia ansiedade negativa. Vanderlan, ao tempo e a hora, obviamente deve também apresentar as suas propostas, tudo indica que longe da exasperação agônica do seu principal oponente. Está em vantagem, sabe que está e vai se aproveitar dessa condição ao máximo.