Informações, análises e comentários do jornalista
José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

25 set

Sempre foi assim: Maguito fala sem pensar, improvisa na hora, não se interessa em conhecer os desafios que um prefeito de Goiânia deve enfrentar e faz ataques que se voltam contra si mesmo

Um observador atento que tenha acompanhado a carreira política do ex-vereador por Jataí, ex-deputado estadual, ex-deputado federal, ex-vice-governador, ex-governador, ex-senador e (ufa!) ex-prefeito de Aparecida Maguito Vilela tem as informações suficientes para concluir que ele, como político, é superficial: nunca aprofunda assunto algum, não se interessa em se informar a respeito de qualquer tema, passou como uma borboleta pelas questões que interessam aos cargos e mandatos que ocupou até hoje e, mais uma vez, como candidato a prefeito de Goiânia, dá seguidas demonstrações que só fala improvisando na hora e não tem conhecimento, seja técnico ou seja o que for, sobre os desafios que terá que enfrentar caso seja eleito prefeito de Goiânia.

Provavelmente não o será, é opinião deste blog, desde já. O eleitor e a eleitora da capital têm um sexto sentido, já demonstrado em outros pleitos, para candidatos despreparados e longe do figurino ideal para o comando do Paço Municipal, principalmente depois do último mandato de Iris Rezende. Goiânia não é Aparecida. É um erro a pretensão de se habilitar para comandar o maior centro urbano do Estado alegando experiência com cidades repletas de problemas não resolvidos, como a que Maguito dirigiu por dois mandatos, sem resolver a maioria, assim como o senador Vanderlan Cardoso se equivocaria se conectar sua campanha em Goiânia com as suas duas gestões como prefeito de Senador Canedo, ainda que bem sucedidas (registre-se que ele não está fazendo isso).

O direcionamento da campanha do candidato do MDB é arriscadíssimo: vender Maguito como um administrador experimentado e capaz de dar sequência ao bom trabalho do prefeito Iris Rezende. Há um quê de salto alto nisso tudo. A apresentação que ele faz não é a de um pretendente, mas de alguém que já chegou lá, que já está eleito e não é bem assim. Suas falas são desprovidas de conteúdo convincente e evidenciam a tentativa de preencher as lacunas com ideias vazias, como fez, outro dia, ao inventar a proposta de elevar Goiânia com o turismo religioso, o que serve para Trindade, mas não para uma cidade que o próprio Maguito acha que deve se modernizar, absorver mais tecnologia e se transformar em digital – seja lá o que isso signifique.

Vamos aos ataques impensados que ele tem feito ao seu principal oponente, Vanderlan. Primeiro, falou em mandatos inconclusos, no que acertou Iris e ele mesmo, que largou o governo em 1998 para se candidatar a senador e depois, em 2022, disputou o governo do Estado tendo como perspectiva abandonar o Senado em caso de vitória. Depois, defendeu a tese de que não tem empresa e que, portanto, teria condições de se dedicar integralmente ao Paço Municipal, ao contrário dos adversários. Não é verdade, leitoras e leitor. Ele é empresário rural em Jataí – e como se sabe uma fazenda de tamanho considerável como a dele não pode ser deixada ao léu. Além disso, sua mulher, Flávia Teles, é milionária. Não é admissível que ele não a ajude na administração dos vultosos negócios que essa condição inclui.

Por fim, falta o principal: Maguito precisa explicar, se é que isso é possível, as mais de duas dezenas de processsos por improbidade a que responde, nas Justiça Estadual e Justiça Federal, que podem até, a tempo e a hora, acabar cancelando o seu registro de candidato junto ao Tribunal Regional Eleitoral.