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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

15 out

Para economizar em uma campanha onde é praticamente candidato único, Gustavo Mendanha dispensou a propaganda eleitoral gratuita e acabou prejudicando seu parceiro Maguito em Goiânia

O prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha, que disputa a reeleição, tomou em setembro uma decisão que, agora, está se revelando prejudicial para o seu aliado e antecessor Maguito Vilela, candidato a prefeito de Goiânia, os dois pelo MDB. É que Mendanha poderia ter requisitado à Justiça Eleitoral o horário gratuito de propaganda eleitoral pela televisão, mas não o fez para economizar gastos com a sua campanha – já que ele é praticamente candidato único, na medida em que não tem adversários à altura e, de certa forma, não necessita divulgar o seu nome e as suas propostas nem queimar dinheiro com isso. Porém, caso tivesse tomado a iniciativa de solicitar o benefício ao TRE, os seus programas de TV poderiam estar sendo utilizados para promover Maguito, que se encontra em situação difícil, quase 12 pontos atrás de Vanderlan Cardoso, do PSD.

O horário gratuito de propaganda eleitoral em Aparecida deveria ter sido requerido pelos partidos ou candidatos envolvidos na corrida pela prefeitura local até 26 de setembro. Em pleitos passados, isso sempre ocorreu, com a veiculação ocorrendo pela TV Serra Dourada, que integra uma das três redes nacionais líderes em audiência em Goiás. Neste ano, ninguém fez o pedido e, portanto, as eleitoras e os eleitores de Aparecida não verão na telinha os postulantes locais, hoje apenas dois, o prefeito e um nome desconhecido, não competitivo, do PSOL. A oportunidade de disponibilização dos programas políticos aparecidenses para o público da capital, que poderia servir aos interesses da campanha da Maguito, foi perdida (como nos anos anteriores, não seria possível restringir a veiculação do horário político aparecidense apenas para o município, com as transmissões atingindo todo o espectro territorial da TV Serra Dourada, o que incluí 100% de Goiânia).

Não haveria e não há proibição para que o candidato do MDB em Goiânia aparecesse à vontade no tempo reservado para Gustavo Mendanha, que chegaria a mais de 8 minutos em cada bloco de 10, além de dezenas e dezenas de inserções de 30 segundos ao longo do dia e da noite – tudo isso em uma das emissoras de TV de maior penetração na Grande Goiânia. Os adversários chiariam, mas… fazer o quê? Primeiro, Maguito e Mendanha são do mesmo partido. Segundo, Maguito foi prefeito da cidade vizinha por dois mandatos. E, terceiro, ele, como figura superior em estatura política ao atual prefeito de Aparecida, teria a desculpa de que estaria sendo usado como apoiador – potencializando a sua visibilidade do entre o eleitorado da capital e teoricamente aumentando as suas chances em 15 de novembro.

Ao optar por economia nas despesas de campanha – talvez de palitos, diante da importância da eleição em Goiânia, Gustavo Mendanha deu um tiro no pé de Maguito.