Informações, análises e comentários do jornalista
José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

15 out

Propaganda no rádio e televisão é convencional, monótona e até entendiante, sem qualquer potencial para mudar as expectativas criadas pelas pesquisas nas principais cidades do Estado

Pelo andar da campanha eleitoral, fria e distante da população em razão do isolamento social, além de se basear em redes sociais voltadas para convertidos e em programas no rádio e televisão produzidos de forma convencional, monótonos e entediantes, Goiás assiste à eleição municipal mais engessada da sua história, onde os cenários desenhados pelas pesquisas de credibilidade já publicadas caminham para ser confirmados sem nenhuma surpresa nos principais centros urbanos do Estado: Vanderlan Cardoso, do PSD, ganha em Goiânia; Antônio Gomide, do PT, em Anápolis; Gustavo Mendanha, do MDB, em Aparecida; Adib Elias, do Podemos, em Catalão; Paulo do Vale, do DEM, em Rio Verde; Humberto Machado, do MDB, em Jataí; e assim por diante, com pouco espaço para reversão das expectativas estabelecidas neste momento – quando estamos a exatos 30 dias da eleição.

O início da temporada de propaganda no horário gratuito do TRE no rádio e na TV trouxe mais do mesmo. Não há novidades, de jeito nenhum. Um a um, os candidatos se sucedem, com um falatório infernal, amontoando propostas parecidas e sem criatividade, se é que é possível ter alguma nesse quesito. Ninguém chama a atenção, em especial, sendo previsível, assim, que o quadro da disputa entre os candidatos capturado no início da campanha venha a ser o que vai se confirmar nas urnas do próximo dia 15 de novembro e em seguida, onde houver, no 2º turno, nove dias depois, em 29 de novembro.

É quase que um convite ao desespero para quem está atrás nas pesquisas e é obrigado a ir atrás das eleitoras e dos eleitores com instrumentos que não os alcançam e ainda por cima humilhantemente falando em viradas inexistentes. Virada, em eleições, ao contrário do futebol, é coisa muito rara. Só acontece muito de vez em quando e com base em fatos objetivos que, no momento, não se vislumbram em nenhum dos grandes colégios eleitorais em Goiás. E o pior é que desmoraliza a campanha que recorre ao mote. Aos candidatos angustiados com a derrota iminente no horizonte de curto prazo, restava o horário eleitoral gratuito no rádio e na TV como tábua de salvação, mas os seus efeitos são ostensivamento pífios e insuficientse para gerar os votos necessários para crescer nas pesquisas e garantir a vitória. A madeira é pôdre e não suporta o abraço dos afogados: foi-se o tempo em que a TV mudava o jogo eleitoral. Por enquanto, essa é a nova realidade. Mas com cara de definitiva.