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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

17 out

Nova pesquisa Serpes/O Popular confirma: gosto amargo da derrota ronda a campanha de Maguito, depois de 20 dias de agenda eleitoral intensa e nenhum sinal de que uma virada pode acontecer

Para quem vai completar 72 anos de idade em janeiro próximo, o candidato do MDB é um exemplo de saúde, preparo físico e disposição. Desde que a campanha para a prefeitura de Goiânia começou, há 20 dias, ele se meteu em uma agenda de atividades eleitorais que mais se assemelha a uma maratona e assim continua, levantando de madrugada e encerrando os compromissos diários perto da meia noite. E isso sem falar nas dezenas de coordenadores, centenas de cabos eleitorais, contratados ou não, perfis sobrecarregados de notícias nas redes sociais e programas para fazer a sua propaganda todo dia no rádio e na televisão, além de quase duas dezenas de inserções de 30 segundos pela manhã, à tarde e à noite nesses meios de comunicação.

Ou por falta de sorte ou por fazer mal feito esse trabalho de busca de votos, Maguito continua atrás de Vanderlan Cardoso, do PSD, conforme a última pesquisa Serpes/O Popular, publicada neste sábado: Vanderlan  tem 26,3%, contra 17,1% de Maguito. No levantamento anterior, quase três semanas atrás, Vanderlan estava com 22,3% e Maguito com 13%. Ou seja: os dois cresceram, Vanderlan 4 pontos e Maguito 4,1. Como a margem de erro é de 4 pontos para mais ou para menos, o Serpes trouxe uma definição importante: tudo o que o candidato do MDB fez, toda a sua campanha, toda a sua movimentação, desde o início até hoje, renderam pífio 0,1 ponto em relação a Vanderlan. Se continuar nesse ritmo, se duplicar ou mesmo se triplicar o avanço, ainda assim enfrentará um revés nas urnas do próximo dia 15 de novembro.

Mas os pontos de Maguito são suficientes para um 2º turno face a face com Vanderlan? Obviamente, sim. Só que a pesquisa Serpes/O Popular, tal como a anterior, refez a simulação da disputa direta entre os dois e novamente apurou uma vantagem significativa para o candidato do PSD, na base de 14,1 pontos. Os outros dados também são os mesmos: Maguito é o candidato mais rejeitado, com o dobro do percentual de Vanderlan. Perde também, por uma grande diferença, em torno de 20 pontos, na pesquisa espontânea, que mostra a consolidação das intenções de voto, francamente favorável ao senador.

O crescimento de Maguito, praticamente semelhante ao de Vanderlan, acabou anulado e revela, apenas, que a consciência sobre a aproximação da eleição municipal está aumentando entre a população, com uma leve redução do desinteresse – por enquanto, grande – observado na presente temporada eleitoral. O emedebista não tem saída: é obrigado a desfraldar a bandeira da “virada”, a pior situação em que um candidato pode se ver em qualquer eleição, mesmo porque viradas são raríssimas tanto em pleitos em Goiás quanto no resto do país. Quando apela para esse mote, na verdade, o que uma campanha faz é admitir que está derrotada por antecipação.