Informações, análises e comentários do jornalista
José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

19 out

Pesquisas de institutos de credibilidade têm que dar os mesmos resultados, dentro da margem de erro, porque a realidade eleitoral apurada é uma só. Fora daí, ou há erro ou há fraude

Saiu mais uma pesquisa, agora do instituto Diagnóstico, apontando empate técnico entre Vanderlan Cardoso, do PSD, e Maguito Vilela, do MDB, em Goiânia, com ligeira vantagem para o emedebista. Não acreditem, leitoras e leitores. Pesquisas de institutos sérios, obrigatoriamente, têm de ser alinhar, como ocorreu com os levantamentos do Serpes e do Grupom ao desenhar, dentro da margem de erro de cada um, o mesmo cenário eleitoral para a capital, ou seja: Vanderlan em 1º lugar com mais ou menos 9 pontos à frente de Maguito. Esse é o quadro real, hoje – e não há razões objetivas para que, de imediato, tenha ocorrido alguma mudança.

A questão das pesquisas, com a frouxidão da legislação, está se tornando séria a cada eleição que passa em Goiás. Em 2018, um instituto, o Directa, apresentava José Eliton, do PSDB, colado em Ronaldo Caiado, o que era desmentido pela maioria dos demais levantamentos e principalmente pelo Serpes e Grupom (aos quais este blog confere o maior índice de credibilidade possível, dado ao acerto passado das suas apurações e à seriedade da metodologia aplicada). Como as pesquisas estavam registradas no TRE, não havia o que reclamar. O problema é que esse registro não é garantia de nada, vez que se resume à protocolização de uma cópia do questionário e pronto, mais um dispositivo legal brasileiro que, na prática, não tem efeito nenhum. Em 2018, quando as urnas foram abertas, o Serpes e o Grupom tiveram confirmado o previsível acerto. O Directa e José Eliton, coitados, passaram longe.

O mesmo Directa, agora, em pesquisa divulgada pelo site A Redação, restabeleceu a sua objetividade científica e mostrou coerência, dentro da margem de erro, com o Serpes e o Grupom. No trabalho publicado, Vanderlan lidera com 29,8%, enquanto Maguito vem mais de 9 pontos atrás, com 20,5%, índices que estão em consonância com a fidedignidade dos dois institutos anteriores e sem dúvida estão de acordo com Goiânia. Apostar em quaisquer números, fora dessa factualidade, é alimentar uma ilusão – o que, para a campanha do MDB, é uma necessidade e por isso é bem provável que esteja envolvida em manipulações com o objetivo de gerar ânimo entre a militância, caso da pesquisa do instituto Diagnóstico com tabelas que não batem com o Serpes e o Grupom. Não faltam, entre os emedebistas, especialistas em alquimia de pesquisas.

Uma palavra sobre uma desculpa que é sempre colocada quando pesquisas entram em confronto: diz-se que cada instituto tem a sua metodologia e que isso justificaria a variação. Não é verdade, amigas e amigos. Primeiro, porque metodologias em geral não se desigualam, já que o básico para todos os institutos é elaborar uma amostragem estatística relativamente simples e a partir daí buscar as intenções de voto, que são uma só, sempre. Isso mesmo. Os índices de cada candidato, sendo expressão de um contexto que existe na sociedade, devem sempre ser os mesmos, dentro da margem de erro. Quer dizer: a metodologia, se é que muda, tem obrigatoriamente que apurar a mesma verdade. Se isso não acontece, houve erro ou fraude.

Outro fator a levar em consideração é a data da pesquisa: os índices, é claro, evidenciam o momento em que o levantamento foi realizado. Teoricamente, pode haver mudanças no dia seguinte ou na semana seguinte e assim por diante, o que justificaria as discrepâncias. Mas essa é uma desculpa esfarrapada para os institutos que manobram para atender a interesses escusos. Existe uma força dinâmica que se chama tendência e essa é implacável: um candidato que está em alta dificilmente entraria em baixa em prazo de dias, ainda mais se essa queda é apontada por apenas uma pesquisa, em completa discrepância com a margem de erro dos grandes institutos.

Tudo isso indica que, em Goiânia, a 25 dias da data da eleição, Vanderlan continua liderando – e crescendo, com uma margem aproximada de 10 pontos além de Maguito, que também cresce, mas tem esse avanço anulado pelo salto de Vanderlan que ocorre na mesma proporção. Foi assim que, na última pesquisa Serpes/O Popular, ambos subiram, cada um, 4 pontos, mantendo-se a diferença entre os dois e confirmando a tendência de vitória de Vanderlan, ainda mais com a simulação de 2º turno apontando uma folgada dianteira para o candidato do PSD – o que é muito significativo. Esse, por enquanto, é o resultado delineado para a eleição, para a infelicidade de Maguito.