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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

30 out

Campanha do MDB continua no ataque a Vanderlan e tenta transformar infecção de Maguito pelo novo coronavírus em “facada” para garantir ganhos eleitorais e virar o jogo

Em meio a pesquisas controversas, mas com institutos de credibilidade indiscutível como o Serpes e o Grupom apontando Vanderlan Cardoso do PSD, na frente, e ainda por cima vencendo por boa margem nas simulações de 2º turno, o MDB enxergou uma oportunidade no acometimento do seu candidato Maguito Vilela pelo novo coronavírus. Uma, não. Duas. A primeira foi aproveitar o clima de solidariedade que se formou a favor da recuperação de Maguito, com os adversários suspendendo cordialmente ataques e críticas, e partir para intensificar a artilharia contra pelo menos um oponente, aliás o principal, Vanderlan. E a segunda é o esforço para capitalizar o momento dramático vivido pelo candidato para tentar crescer, transformando o sentimento de empatia e compaixão das eleitoras e dos eleitores em intenções de votos e pontos nas pesquisas.

Quanto ao primeiro item, eticamente trata-se de uma atitude deplorável. Quase que jogo sujo, uma das especialidades históricas do MDB em eleições em Goiás. Consultados, membros da campanha lavam as mãos e informam que a estratégia foi definida pelo marqueteiro Jorcelino Braga. Ele seria o culpado por manter o combate pesado a Vanderlan, valendo-se das próprias boas intenções do representante do PSD ao dar talvez ingenuamente um tempo nas possíveis arremetidas que poderia lançar contra Maguito – e munição existe de sobra, desde erros administrativos sérios cometidos no passado, como a privatização da usina de Cachoeira Dourada e posterior desperdício dos recursos arrecadados, até as quase duas dezenas de processo por improbidade a que o emedebista responde na Justiça após denunciado pelo Ministério Público Estadual.

Vale lembrar: corroborando o ponto de vista de que a campanha de Maguito está se excedendo, a Justiça Eleitoral foi acionada e, como esperado, proibiu a continuidade da veiculação dos ataques rasteiros a Vanderlan, pelo menos no rádio e na televisão, pior ainda com a utilização de trucagens e outras trapaças. E o Jornal Opção foi atrás de um cientista político, o professor da UFG Guilherme Carvalho, que interpretou corretamente a “eleitoralização” da doença de Maguito: “Claro que por trás das ações, existem motivos solidários. Mas sabemos que também existe um cálculo político incumbido. Os estrategistas já estão sabendo se utilizar desse momento, no entanto, ainda é preciso ganhar mais abrangência para fazer com que o tempo em que o Maguito está fora das ruas possa ser convertido em uma estratégia vencedora”, esclareceu ele.

Ou seja: para o MDB, vale tudo para ganhar a eleição em Goiânia. Até criar uma versão própria para a facada que Jair Bolsonaro levou em Juiz de Fora na campanha de 2018.