Manipulação de informações sobre Maguito ameaça a credibilidade do Hospital Albert Einstein, que foi arrastado para o centro da polêmica
A credibilidade do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, está ameaçada pela polêmica que se instalou em torno da hipótese de que informações sobre o estado de saúde do candidato a prefeito de Goiânia Maguito Vilela foram manipuladas com finalidades eleitorais pelo MDB e pelo filho e presidente estadual do partido Daniel Vilela – sempre com o objetivo de passar para o eleitorado da capital uma imagem de melhora progressiva que não atrapalharia as intenções de voto no emedebista.
Durante a internação de Maguito, que continua e em condições cada vez mais graves, não houve uma emissão rotineira de boletins médicos, ação que cabe à família de cada paciente decidir, segundo informação postada no site do hospital. Essa é uma das principais razões para as dúvidas que surgiram no noticiário sobre o candidato. Nesta quarta, 18 de novembro, O Popular defende sem provas o Albert Einstein – que tem negócios em Goiânia – com a afirmação não documentada de que boletins oficiais foram expedidos desde o dia 2 de novembro, mas aí mesmo pode ser notada a primeira falha: nessa data, Maguito já estava na UTI da instituição há cinco dias, o que abre um lapso significativo.
Na verdade, as informações sobre a saúde de Maguito só foram divulgadas na maior parte do tempo através de comunicados do MDB e entrevistas e áudios de Daniel Vilela e do médico-genro Marcelo Rabahi, através de posts nas redes sociais. Em todas essas três fontes, é notório e facilmente identificável o esforço para amenizar as dificuldades que o paciente enfrentava progressivamente, em linguagem aparentemente maquiada para criar expectativas que acabavam não sendo comprovadas. O primeiro boletim oficial, com papel timbrado do Albert Einstein e redação médica, só foi apresentado na última segunda, 16 de novembro. Todos os anteriores, poucos, não tinham esse formato.
Em internações envolvendo doentes famosos ou ilustres, é costuma a transmissão de dois boletins diários, um pela manhã e o outro antes do final da tarde. A finalidade é evitar especulações e cumprir um dever de transparência, exigência colocada com ênfase ainda maior quando se refere a políticos ou autoridades. Porém, como dito acima, a decisão é da família do paciente e não do hospital.