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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

19 nov

Rescaldo eleitoral(2): Para vencer em Trindade, Jânio Darrot, mesmo presidente do partido, escondeu o PSDB e lançou candidato do Patriotas e do padre Robson

De certa forma, é mais um caso de manipulação eleitoral: para vencer a eleição com o vereador Marden Jr. em Trindade, o prefeito Jânio Darrot, também presidente estadual do PSDB, escondeu o partido e apresentou um candidato filiado ao Patriotas, de resto imposto pelo padre Robson – divindade todapoderosa da política trindadense, basicamente por um motivo: além dos fiéis do Divino Pai Eterno que acompanham a sua liderança, ele era dono de uma montanha de dinheiro, que, provavelmente, ainda controla por interpostos representantes na Afipe.

A política em Trindade transformou-se em uma mixórdia, um mero desdobramento dos casos amorosos homossexuais do padre Robson e do seu poder financeiro. O nome inicial da sua preferência seria o atual vice-prefeito Gleyssom Cabrini – ele e mais dois irmãos mantinham relacionamento íntimo e negocial com o religioso, em uma espécie de ménage à quatre, mas, como ocorre entre namorados, entraram em desavença, o que beneficiou o jovem rapagão Marden Jr., cuja esposa trabalhou como secretária e figura próxima do falso profeta da romaria. Em Trindade, tudo girava e ainda gira em torno do padre Robson, dos seus casos sexuais e dos das suas operações capitalistas e bem pouco católicas que movimentam bilhões de reais, conforme demonstrado pelo Ministério Público. O prefeito Jânio Darrot é e sempre foi um parceiro muito ativo de tudo isso.

Partido que conquistou a ojeriza do eleitorado de Goiânia, o PSDB sofre em Trindade com os reflexos geográficos dessa rejeição. Apesar de presidir estadualmente a legenda, Jânio Darrot sinalizou para todo o Estado que o melhor, para ter uma chance nas eleições, seria fingir distância dos tucanos. Foi o que fez. Resultado: a sigla encolheu, caindo para apenas 20 prefeitos eleitos, dentre os quais o de Trindade é o único de alguma importância – e não em função da política, mas em razão de sexo e dinheiro.