Em desfecho previsto e esperado, sequelas da Covid extinguem a vida de Maguito. Funeral público, provocando aglomerações, será uma imprudência a mais nessa triste estória
Maguito Vilela, dotado geneticamente de baixíssima ou nenhuma resistência ao novo coronavírus, sucumbiu. A sua morte, como ocorre tradicionalmente no Brasil, será transformada em oportunidade para uma santificação, mas há lições talvez um pouco duras ou desagradáveis que precisam ser extraídas em benefício de todos. É o que este blog fará, mas não hoje, em respeito ao luto da família, dos amigos e até mesmo de Goiânia, cidade da qual era o prefeito conforme a decisão das urnas do ano passado. O que é inadmissível, agora, é que se cometam mais imprudências e irresponsabilidades quanto ao seu caso, em especial com um funeral público capaz de provocar aglomerações absolutamente não recomendadas neste momento de recrudescimento da pandemia. Desvairado, o prefeito de Jataí Humberto Machado anunciou há pouco que isolará um quarteirão nas proximidades do cemitério local, onde se dará o enterro, levantando tendas para que a população possa prestar condolências. Isso não tem sentido. É levar mais pessoas à morte. Vivo, é certo que o comedido Maguito não aprovaria a ideia. Ainda há tempo para colocar um ponto final na possibilidade de velórios ou qualquer outro tipo de cerimônias póstumas que não as estritamente reservadas à família e mesmo assim com o menor número possível de parentes. Que o bom senso e os graves imperativos de prevenção de saúde e da vida, neste instante, prevaleçam.