Mabel é um cara de pau: depois de passar 2020 condenando a prevenção sanitária e avisando que a economia goiana seria penalizada, agora comemora a espetacular criação de empregos no ano passado
O presidente da FIEG – Federação das Indústrias do Estado de Goiás Sandro Mabel é um grande cara de pau: passou o ano de 2020 reclamando das medidas adotadas em Goiás para prevenir o contágio pelo novo coronavírus, quase todos os dias avisando que a economia entraria em colapso, mas agora, como isso não aconteceu, foi capaz de distribuir um release à imprensa comemorando a espetacular criação de empregos no Estado no ano passado, que acaba de ser estatisticamente confirmada pelo CAGED, órgão do Ministério do Trabalho.
Mabel teve uma trajetória de triste memória na política. Enquanto foi deputado federal, não houve um único escândalo envolvendo membros do Congresso Nacional em que ele não estivesse envolvido. Sempre foi muito rico, por herança paterna, mas mesmo assim não se preocupou em cuidar da biografia, preferindo correr atrás de trocados – leia-se propinas. Expulso da política, deu um jeito de arrumar o que fazer convencendo os ex-colegas – ele não é mais empresário, vendeu a fábrica de bolachas – a colocá-lo no comando de um órgão de importância como a FIEG, que da posse dele para cá transformou-se em um arremedo de entidade classista. Levantou-se como um leão contra a acolhida em Goiás dos brasileiros que estavam na China e foram expostos, no início da pandemia, ao contágio pela Covid-19, mostrando a sua face desumana e desapiedada. Por determinação do governador Ronaldo Caiado, eles foram recebidos, passaram a quarentena em Anápolis e depois partiram para os seus destinos sem nenhuma implicação negativa para o Estado.
Não houve nenhum momento, em 2020, em que Mabel não se levantasse contra qualquer restrição à aglomeração e à circulação de pessoas como ação de cautela contra o espalhamento da peste. Ele chegou, inclusive, a ser questionado pelos seus pares, preocupados com a imagem da FIEG sendo queimada através das posições anti-salvação de vidas do seu presidente. 24 horas por dia, ele anunciou que a economia goiana quebraria. Não quebrou, ao contrário, até cresceu, pelo esforço dos seus empresários e trabalhadores. E deu show na geração de empregos, o que foi comprovado agora pelos números do CAGED. Sem o menor pudor, Mabel correu para se apropriar da boa nova, engolindo tudo o que fez ou falou, mas fingindo que não era com ele.
Os dados da criação de empregos em Goiás em 2020, na verdade, em alta, sugerem que Mabel deveria renunciar à presidência da FIEG, pelos sérios equívocos que cometeu, imprudente como sempre se comportou ao longo dos seus desvãos no campo da política. É um vexame querer se beneficiar desses resultados positivos, que são exclusivamente oriundos da credibilidade do governador Ronaldo Caiado e do esforço quem labuta comandando e trabalhando no chão das fábricas, não da irresponsabilidade de um dirigente classista que não tem a mínima noção dos seus deveres e da sua missão.