Oposição não tem projeto para Goiás e está hoje à mercê da reeleição de Caiado. cada vez mais inevitável face ao andamento do seu governo e da bem sucedida reconstrução do Estado
A oposição em Goiás, além não ter um projeto alternativo para o Estado, também não tem sorte e perdeu o rumo com a morte do prefeito de Goiânia Maguito Vilela, que nem mesmo poderia ser chamado de líder oposicionista, mas de alguma forma, através da projeção do seu peso político no filho Daniel Vilela, encarnaria uma possibilidade de mudança – embora às custas de 40 anos de mais do mesmo, em que ele, Maguito, e Iris Rezende se alternaram no aproveitamento das chances que se apresentaram para o MDB.
Outra morte, essa política, a do ex-governador Marconi Perillo, ajudou a enfraquecer ainda mais a hipótese de um enfrentamento à altura para a reeleição do governador Ronaldo Caiado, cada vez mais inevitável diante do andamento correto e decente do seu governo e da bem sucedida proposta de reconstrução do Estado. Hoje, Caiado tem aprovação elevada diante da combinação da sua biografia de intransigência com a corrupção com a reorganização financeira do governo, a sua racionalização administrativa e o encaminhamento de políticas públicas complexas como a da área de segurança, por exemplo, em que os resultados são simplesmente notáveis.
Oposição, no regime democrático, é necessária e indispensável. Não é o que ocorre em Goiás. O PSDB virou farinha, em uma comprovação de que só subsistiu durante 20 anos de glórias na política estadual porque estava de posse do poder. Sem essa cola, todos os arranjos presididos pelo partido mostraram falta de solidez e desvaneceram-se no ar. Já o MDB, para começo de conversa, está dividido entre iristas pró-Caiado e o grupo de Daniel Vilela, que desde o desaparecimento de Maguito aparenta não saber o que fazer e passou a correr desesperadamente através de garantias de que a prefeitura de Goiânia é sua e não do inesperado Rogério Cruz. Só que essa certeza não existe e não existirá jamais. Rogério Cruz é uma incógnita com mandato de quatro anos nas mãos que mais cedo ou mais tarde se revelará, provavelmente quando sobrevier a falência do esdrúxulo modelo de gestão compartilhada entre ele os emedebistas que o vigiam 24 horas por dia no Paço Municipal.
A esquerda, ora a esquerda… essa saiu massacrada de mais uma eleição, a última, e está reduzida à deputada estadual Adriana Accorsi e seu colega Antônio Gomide, ambos com pouco significado para o cenário regional da política, da mesma forma que a miríade de partidecos pseudo-socialistas ainda remanescente. Esse grupelho, supostamente de corte ideológico, também não tem projeto nenhum para Goiás e protagoniza o pior momento do segmento no Estado. É pouco mais do que pó de traque, tal qual o moribundo PSDB goiano.
Caiado só tem o que comemorar. Ele e seu parceiro Iris são os governadores mais influentes nacionalmente que Goiás já teve, além de que Caiado, pelo meio do mandato, é que maior aprovação popular alcançou, entre 60 e 70% – e isso superando as duras adversidades colocadas pela pandemia do novo coronavírus. Não é exagero afirmar que, para 2022, desde já, o desafio da reeleição será fácil para o atual inquilino do Palácio das Esmeraldas.