Ano eleitoral na OAB-GO começa com 3 pré-candidatos na situação e 3 na oposição, divisão que favorece o nome lançado por Lúcio Flávio – o presidente da ESA Rafael Lara
Com eleição do seu novo comando prevista para 30 de novembro, a disputa pela OAB-GO já começou e promete ser acirrada, como sempre. Seis pré-candidatos estão posicionados, dos quais três pela situação e três pela oposição. O interesse não vem do nada ou só do prestígio institucional da Ordem, que, sim, é o principal órgão de representação da sociedade civil no Estado, reflexo do seu brilho nacional, mas também pela constatação de que conta com um orçamento anual maior que o de 180 municípios goianos.
O atual presidente é Lúcio Flávio de Paiva, que venceu duas eleições e é o maior cabo eleitoral da advocacia goiana. Ele lançou Rafael Lara, diretor da Escola Superior de Advocacia como candidato à sua sucessão. Lara tem luz própria: seu capital eleitoral são os advogados jovens, clientes dos cursos da ESA, que representam a maioria dos inscritos na OAB estadual. Estima-se hoje que entre 60 a 70% dos profissionais do Direito que atuam em Goiás estejam na faixa etária até 35 anos de idade. A maioria passou pela ESA nos últimos anos, período de gestão de Rafael Lara.
Outro pré-candidato da situação é o presidente da Casag Rodolfo Otávio Mota, que tem um currículo complicado. Há muitas áreas de atritos criadas pelo seu estilo franco e agressivo. Ele já se envolveu em brigas com membros da diretoria da caixa de assistência, que chegaram até a contratar seguranças para se proteger. E é acusado de gastar parte dos recursos da instituição com marketing, contrariando as suas finalidades.
O terceiro nome da situação é a conselheira federal e procuradora do Estado Valentina Jungmann, que resolveu se candidatar alegando representar a advocacia feminina, hoje mais da metade dos quadros da Ordem. Valentina é considerada como um nome neutro, por não se envolver nos debates quentes que, vez por outra, abalam a classe em Goiás. Sua aposta é única: a valorização da mulher, movimento que cresce não só quanto a OAB, mas em toda a sociedade.
Pela oposição, são cogitados Pedro Paulo Medeiros, que disputou a eleição passada e perdeu para Lúcio Flávio, depois de uma campanha que pegou fogo na reta final. PP, como é chamado, tem o maior recall de conhecimento dentro da advocacia, inferior apenas ao de Lúcio Flávio, e aparece sempre nas primeiras colocações em todas as pesquisas. Em seguida, vem o advogado eleitoralista Júlio Meirelles, bom de palanque, que participou das últimas administrações da extinta OAB Forte, grupo classista que é rejeitado pela categoria depois de envolvido em episódios que levaram à quase inviabilidade financeira da OAB-GO. A OAB Forte, segundo Meirelles, é a origem política que iguala todas as lideranças em atividade da advocacia estadual, inclusive o próprio presidente da OAB-GO.
Sem muita força, a oposição tem ainda o advogado novato André Abrão, que anunciou ter o apoio de Pedro Paulo, mas foi surpreendido pela disposição de PP em participar novamente do pleito, caso seja reconhecido como catalisador das forças classistas contrárias ao atual comando da Ordem, conforme ele disse à coluna Giro, em O Popular, espaço transformado em mural de notícias da disputa entre os advogados. Em resumo, a campanha já começou e por enquanto se desenvolve dentro de cada grupo, na busca de definição pelas candidaturas. A votação será daqui a quase oito meses, mas é preciso ganhar tempo e é por isso que os postulantes já estão correndo na raia.