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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

15 jul

“Neném” na política, Mendanha é “jantado” por Daniel Vilela, em processo de profissionalização e dono de um futuro brilhante com a aliança do MDB com o DEM para apoiar a reeleição de Caiado

O prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha dançou. Ou agindo isoladamente ou se aconselhando com figurinhas não confiáveis, como sempre ocorre com quem tem interesses pessoais acima de qualquer lealdade ou fidedignidade, o rapaz arvorou-se em liderança estadual, o que não é e pelo seu comportamento nunca será, e saiu por esse Goiás afora propondo-se a ser mais do que é e a liderar uma ala do MDB a favor da candidatura própria a governador em 2022 – contra, portanto, a aliança com o DEM do governador Ronaldo Caiado e o apoio à sua reeleição.

O blefe não durou muito. Mendanha foi “jantado” pelo seu “irmão” Daniel Vilela, a caminho de se transformar em fenômeno da política estadual, não só pelo patrimônio político herdado do pai Maguito Vilela, como pelo amadurecimento e rápida profissionalização no ramo da luta pelo poder. O prefeito aparecidense foi desmoralizado pelo manifesto dos 27 prefeitos do MDB articulado pelo filho e herdeiro político de Maguito Vilela (são 28, no total, só Mendanha não assinou) a favor de um imediato alinhamento com Caiado, quando, dias antes, apregoava que mediante as suas informações 80% do grupo estaria a favor do lançamento de um nome da legenda em 2022. Chute.

A verdade apareceu, através da carta encaminhada a Daniel Vilela pela maioria esmagadora dos colegas de Mendanha, em um exercício de realismo e como expressão da ansiedade de todos eles por parcerias administrativas com o governo do Estado, para fortalecer as suas respectivas gestões. Mendanha pagou caro por se aconselhar por um círculo cerebral íntimo desqualificado, tipo seus secretários da Fazenda André Rosa e seu procurador-geral Fábio Passaglia, bons para Aparecida e seu paroquialismo, mas inaptos para uma esfera superior como é a política estadual. E ouvir, ao lado desses pequenos homens, gente como o ex-governador Marconi Perillo e o presidente da FIEG Sandro Mabel, que qualquer político experiente sabe que só se move para atender seus próprios interesses, à custa de inocentes úteis como o “menino de Aparecida”.

Uma explicação adicional para o bate-cabeça de Mendanha é o vácuo de ideias e de propostas, que devem sempre estar por trás das posições de lideranças sérias para demonstrar suas vinculações aos interesses gerais das goianas e dos goianos. Ele é um vazio ideológico, como apontou o deputado federal Major Vitor Hugo e, com adjetivos educados, também o presidente estadual do PSD Vilmar Rocha. Não tem escopo intelectual, o que não é problema para político nenhum, desde que mostre consciência das suas falhas e faça um esforço para superar as suas deficiências, talvez lendo, por exemplo, livros básicos como A República, de Platão, obra indispensável para quem sonha alçar voos mais altos no imaginário da coletividade. Não é o caso e parece que nunca vai ser do professor de Educação Física Gustavo Mendanha.