Apoio de Jânio Darrot à reeleição de Caiado é porretada na cabeça de Marconi e mais combustível para a fogueira que consome a oposição em Goiás
Terrivelmente surpreendente, o anúncio do apoio do ex-prefeito de Trindade e megaempresário Jânio Darrot à reeleição do governador Ronaldo Caiado é mais uma porretada metafórica na cabeça do ex-governador Marconi Perillo – de quem Darrot foi um dos maiores aliados – e mais um ingrediente para o pesadelo que a oposição está vivendo em Goiás, completamente desorganizada e ainda por cima sem projeto para enfrentar as eleições de outubro próximo.
A desarticulação e a falta de preparo e conteúdo do oposicionismo estadual, no momento, podem ser notada com ênfase na reação dos tucanos, endossada por notinhas antiéticas, jornalisticamente falando, publicadas pela coluna Giro, em O Popular, e por uma matéria maledicente da repórter Fabiana Pulcineli, no mesmo jornal e na mesma desonesta vertente, acusando Jânio Darrot de ter se rendido a pressões do Palácio das Esmeraldas a partir de supostos processos a que ele responderia na esfera da Polícia Civil, sem maiores detalhes ou fontes.
É tudo mentira. Que as leitoras e os leitores me desculpem, mas não há outra palavra para definir o que O Popular veiculou sobre o apoio de Jânio a Caiado: sacanagem. E do mais baixo veio. O ex-prefeito é talvez um dos 10 homens mais ricos do Estado, passou pela Assembleia, pelo secretariado de Marconi e por dois mandatos pela prefeitura de Trindade sem registrar uma única denúncia ajuizada pelo Ministério Público. Tem a ficha limpíssima, ao contrário dos seus detratores. Também não depende de favores de governo, do ponto de vista pessoal e comercial, já que os seus negócios são bem estruturados, é um patrão que cumpre a legislação trabalhista até quanto a qualidade das tampas das privadas dos banheiros das suas empresas (e estou citando isso aqui porque já as visitei e testemunhei o cuidado com que os direitos dos funcionários de Jânio são obedecidos), e está muito acima de ameaças abusivas de qualquer nível de poder.
Vem um jornal que se propõe a sério e responsável como O Popular e esculacha sem meias palavras com a biografia do talvez melhor empresário do Estado, sem falar na tentativa de esgarçar a honra de Caiado, que tem uma vida inteira para provar que não é de recorrer a esse tipo de jogo sujo e é inclusive frequentemente acusado de não fazer política, não nomear aliados a torto e a direito, não distribuir benesses pessoais e até de não atender a tudo que os donos do PIB goiano exigem, saudosos dos tempos em que foram isentados de pagar ICMS por conta dos descabelados benefícios fiscais a eles atribuídos irresponsavelmente por Marconi.
Jânio e Caiado, que são pessoas de bem, se entenderam por um motivo para lá de simples: o ex-prefeito enxergou um cenário em que o governador dominou o histórico desequilíbrio entre receitas e despesas que sempre existiu em Goiás e marcou os governos anteriores e está montado sobre uma montanha potencial de recursos para investir e espalhar obras pelos municípios. Isso não pode cair na mão de um despreparado qualquer. Para Jânio, os prefeitos, visando a atender aos interesses dos seus municípios, devem trabalhar em sintonia com o Estado, caso do compromisso que tem com Trindade, onde funciona parte das suas empresas e cidade com a qual a sua história é comum, aliás, com um prefeito, hoje, Marden Jr., que só está no cargo em razão do apoio que recebeu de Jânio.
Não é só. Em relação a Jânio Darrot, nem Marconi nem Gustavo Mendanha nem o resto da oposição souberam se comportar. O próprio Jânio deixou claro: ninguém o procurou, ninguém conversou com ele, ninguém o valorizou, a não ser… Caiado. “Quem viu a importância do nosso grupo foi o governador”, lembrou, com a espontaneidade natural e às vezes meio ingênua que sempre foi a marca da sua personalidade política. Sim, mais uma vez, com Jânio Darrot ao seu lado, o governador que frequentemente é acusado de “não fazer política” acabou fazendo mais política que os seus pobres e perdidos adversários.