Atenção, leitoras e leitores: descartem a pesquisa do instituto Real Big Data sobre as eleições em Goiás. Em por um motivo simples: pelas estrepolias já feitas no passado, não tem credibilidade
Entrou em circulação uma pesquisa do instituto Real Big Data, pelo que consta ligado à Rede Record de televisão. Os números para o governo lembram, mas nem tanto, aqueles apurados pelo Serpes, que baliza as eleições para governador em Goiás. O governador Ronaldo Caiado está em 1º lugar, com 33%. Seguem-se o ex-governador Marconi Perillo com 18% e o ex-prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha com 16%.
Fica evidente a tendência de vitória de Caiado, um fato incontestável hoje, haja vistas às pesquisas do Serpes e do Brasmarket, que estão alinhadas. Mas, estranhamente, no Real Big Data com índices bem menores. E com incongruências, como enfiar o senador Vanderlan Cardoso, que não é candidato, na apuração para o governo do Estado. Em 2018, em Goiás, o Real Big Data envolveu-se em manipulações, juntamente com a Rede Record, escondendo números prejudiciais à candidatura a senador do ex-governador Marconi Perillo. Ficha suja, portanto.
E justamente para o Senado, aí então que o instituto viaja na maionese na pesquisa desta semana. Dá o deputado federal João Campos com 9%, em 2º lugar, atrás de Marconi, em 1º, com 27%. Em ambos os casos, exagero claro e evidente, com cheiro de coisa arranjada. Delegado Waldir, o nome da vez na corrida senatorial, é jogado para uma modesta 4ª posição, com 7% das intenções de voto. Tudo dentro da margem de erro das duas pesquisas já publicadas – Serpes e Brasmarket – para conferir alguma veracidade.
Não se comparam pesquisas distintas, sabe-se. Mas elas servem mutuamente de parâmetro. Nenhum jornal ou site de notícias de respeito deu o levantamento do Real Big Data em manchete. Nem poderiam, mesmo. Empurrar Delegado Waldir para baixo é afrontoso, da mesma forma como turbinar João Campos, um candidato a senador sem nenhum perfil majoritário, que fala apenas para o seu grupo fidelizado, suficiente para mandatos proporcionais e olhem lá. Esses 9% significam que, hoje, o deputado-delegado teria mais de 400 mil votos, talvez 500 mil, na disputa senatorial. É inacreditável, dada a sua atuação com baixo conteúdo de universalidade e trajetória de 20 anos na Câmara Federal sem destaques, a não ser negativos, como a fria em que se meteu ao tentar oficializar a “cura gay” e foi execrado nacionalmente.
Acreditem, amigas e amigos, no conselho que é o título desta nota: não levem essa pesquisa a sério. A sua única finalidade é ser mostrada por João Campos para a cúpula do Republicanos em Brasília, na tentativa de comprovar que ele é o “cara” na eleição para o Senado. Só que não é.