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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

06 set

Candidatos ao Senado em Goiás disputam o apoio de Bolsonaro, que não tem mais força para eleger ninguém… nem ele mesmo

Não tem sentido a disputa que se instalou entre Wilder Morais, Alexandre Baldy e João Campos pela primazia de contar com o apoio do presidente Jair Bolsonaro para as suas candidaturas ao Senado: Bolsonaro, não tem mais força para eleger ninguém, ao contrário do acontecido em 2018, quando produziu até governadores como os do Rio e Minas. Aliás, nem para beneficiar a si próprio, já que fez de tudo e não conseguiu reduzir a diferença diante do primeiro colocado nas pesquisas presidenciais – Lula da Silva.

É real a existência de uma base bolsonarista radical, uma bolha cegamente fiel ao presidente. É muito pequena, porém. Talvez 15 a 20% do eleitorado e se esboroando a cada dia em razão das loucuras nas quais o Jair não cessa de investir, agredindo mulheres, ameaçando a democracia com xingatórios ao Supremo Tribunal Federal e esperneando para colocar mais armas nas ruas. Isso desperta uma rejeição tão elevada e incontornável que, em Goiás, uma região tradicionalmente conservadora onde o PT nunca teve vez, Bolsonaro e Lula estão em empate técnico. O que pretendem então Wilder, Baldy e Campos?

Em vez de tocar suas campanhas com propostas e demonstração de capacidade para o exercício de um mandato tão fundamental para o país e para o Estado como a senatória, os três agarram-se à miudeza e ao equívoco da unção bolsonarista. Baldy, menos, mas também. Enquanto isso, os dois postulantes declaradamente longe de Bolsonaro seguem liderando as pesquisas – Marconi Perillo e Delegado Waldir. Está na cara, é óbvio, evidente: a estratégia de se pendurar em um cabo eleitoral que vai mal das pernas não funciona. Não rende votos. É burrice insistir, como, por exemplo, o desatino de João Campos ao pedir votos para ir para o Senado para ajudar a conter o STF. É uma insanidade. Que motivo as eleitoras e os eleitores teriam para escolher alguém a conquistar um mandato tão importante para… brigar com o STF. O que isso traria de bom para as vidas de cada goiano e cada goiana? Mais fácil votar em Marconi ou em Delegado Waldir, ambos prometendo trabalhar em soluções de fato concretas para o cotidiano de quem mora em Goiás.

Bolsonaro vai perder a eleição. Só ganha se houver um milagre, uma nova facada, um acidente de percurso. O imponderável, enfim. Wilder, Baldy e Campos vão sucumbir a um abraço de afogado. Igualmente, Major Vitor Hugo e Gustavo Mendanha, que tristemente submetem suas candidaturas a um presidente retrógrado, desumano e ignorante em marcha batida para ser varrido da história e garantir um lugar na lata de lixo da posteridade. E, atenção: cuidado, senão todos irão junto.