Sabedoria do eleitorado goiano reelege Caiado, enterra Mendanha em uma cova bem funda, desconhece a existência de Vitor Hugo e dá a Wolmir o peso de um zero à esquerda
A eleição para o governo de Goiás está definida: nesta sexta, 9, à noite, a divulgação de mais uma rodada da pesquisa Serpes/O Popular vai consolidar o que já se antecipou no último levantamento, apontando o governador Ronaldo Caiado com mais de 63% dos votos válidos, talvez agora algo em torno de 65%, acima da anterior, confirmando o monumental desequilíbrio entre o líder da corrida e seus adversários: um gigante, contra o qual se levantaram pigmeus, em um pleito diferente do tradicional equilíbrio entre os principais postulantes mostrado nas disputas havidas desde a redemocratização em 1982, quando, de quatro em quatro anos, adversários de peso semelhante se confrontaram.
Dessa vez, não. Mendanha, Vitor Hugo e Wolmir são insetos políticos. Respeitosamente, é fato indiscutível. Nenhum deles conseguiu se antepor, mesmo infimamente, à grandeza de um governador que realizou – realiza – uma boa gestão e recolocou o Estado nos trilhos da honradez, da responsabilidade e da racionalidade. Todos os três, especialmente o ex-prefeito de Aparecida, sairão menores do que entraram. O Mendanha vai perder em maior dose, emergindo do 2 de outubro como uma versão piorada de si próprio. Será enterrado em uma cova bem funda, sem futuro político, depois de espantar como um “mestre dos erros” (feliz designação atribuída pelo Jornal Opção ao rapaz) todos os possíveis aliados que se aproximaram dele e depois se afastaram diante da falta de consistência e da incapacidade para articular a própria candidatura, em um show de patetices ainda não esgotado e que pode ser conferido dia sim dia não nas suas tristonhas aparições no horário gratuito do TRE com o estarrecedor “Oi, gente” que abre as suas falas.
Vitor Hugo, amigas e amigos, não existe. Sem morar por um só dia em Goiás e parlapatando com sotaque carioca ninguém pode se arvorar pretendente a inquilino do Palácio das Esmeraldas. O único esteio do Major, coitado, é um presidente ressentido e golpista que odeia as mulheres, só ajudou os pobres para tentar comprar votos, não buscou as vacinas a tempo, representa a ignorância mais obscura nunca antes conhecida no Brasil e vai tão mal das pernas que não dá conta de arrastar sequer a si próprio. Resta Wolmir Amado, um professor também com acento estranho na voz, um gaúcho que resolveu dar lições de moral aos goianos nos seus programas eleitorais como ingrata retribuição ao acolhimento que aqui teve. Wolmir, na verdade, não passa de um zero à esquerda, com escusas pelo trocadilho.
À vista de tudo isso, as favas estão contadas então. História é coisa séria: Goiás não poderia jamais ser entregue a esse tipo de gente, depois de uma sucessão de governadores desde 1982 quase perfeita (há no meio do caminho um Alcides Rodrigues; não à toa, ele apoia Mendanha). Para figurar nesse portfólio carregado de simbolismos, significados e vinculação orgânica com a sociedade é indispensável estatura de galalão, não tamanho de cotoco. Trata-se de um caderno com páginas de ouro. Quem são Mendanha, Vitor Hugo e Wolmir para inscrever seus nomes nessa cronologia? O eleitorado de Goiás tem sabedoria para discernir que não há como candidatos mambembes e desestruturados fazer governos de qualidade. O resultado seria um mergulho do Estado no desastre. A eleição, portanto, acabou antes de começar. E com a fatura liquidada no primeiro turno.