Mendanha, Vitor Hugo, Wilder e Waldir brigam com as pesquisas e usam o argumento de todo perdedor antecipado: cada um diz que tem as suas “pesquisas internas” com resultados diferentes. Mentira
Como saber se um candidato a cargo majoritário está consciente de que vai se sair mal na eleição? Fácil: basta ver os argumentos usados na tentativa de contornar o mau resultado nas pesquisas, como ocorre agora em Goiás com Gustavo Mendanha, Major Vitor Hugo, Wilder Morais e Delegado Waldir. Todos igualmente contestaram os resultados do último levantamento Serpes/O Popular alegando dispor de pesquisas internas apontando em sentido contrário e ainda criticaram o instituto – reconhecidamente o mais sério e de maior credibilidade no Estado, alguns, como Wilder, deseducadamente sugerindo que os números desfavoráveis à sua candidatura teriam sido manipulados por interesse financeiro. Isso é desrespeitoso em relação a uma das mais tradicionais empresas do ramo, um autêntico patrimônio goiano.
Porém, como toda calúnia, essa só deslustra quem a lança. Deixa clara a falta de caráter. É um tipo de gente que não merece o voto das goianas e dos goianos por não incorporar os requisitos mínimos para o mandato pretendido, no caso o de senador da República. Não é só Wilder. Estão todo os quatro mentindo desavergonhadamente. Deveriam seguir o exemplo do professor Wolmir Amado. Ele recebeu as conclusões do Serpes sem falsas acusações e sem inventar falácias, dizendo apenas acreditar na existência de um número significativo de indecisos (e realmente, na espontânea, esse índice é superior a 40%) e que vai continuar trabalhando para correr atrás do 1º colocado, como sempre o governador Ronaldo Caiado.’
O que disse Mendanha? Que existe “pesquisa para todo gosto”, com diferentes metodologias dos institutos levando a números distintos de intenções de voto. “Continuarei seguindo as pesquisas internas para basear as nossas
estratégias. Além disso, estamos captando o mais importante: o sentimento das ruas pela renovação das práticas políticas-administrativas de Goiás”, declarou. Pois bem: não é verdade que “diferentes metodologias produzam números distintos”. Ao contrário, na hipótese de se tratar de um instituto criterioso e probo, os índices serão sempre os mesmos, dentro da margem de erro. A metodologia, sendo correta, ainda que inclua as suas particularidades, apura o que está colocado entre o eleitorado. Um exemplo são as pesquisas presidenciais dos principais institutos brasileiros, todas apontando para a liderança de Lula face a Bolsonaro, com vantagens assemelhadas dentro da margem de erro.
Bater de frente com essas constatações é investir na ignorância. Mendanha aposta contra si mesmo, ao se jactar arrogantemente de continuar a seguir as suas “pesquisas internas”. Beleza, está explicada então a sucessão de erros estratégicos cometidos e a queda experimentada no Serpes. Ele está confessando se basear em dados irreais, um ato de desinteligência. Além disso, admite outro equívoco ao recorrer ao “sentimento das ruas”. É pobreza de espírito. “Sentimento das ruas” é uma ficção. É digno de pena. Todos os candidatos que enveredaram por esse caminho, perderam. É impossível comparar uma pesquisa eleitoral com a avaliação visual de uma movimentação de rua. Ali estão apoiadores e um público estimulado com bandeiras, carros de som, jingles e material de campanha. Já os levantamentos dos institutos qualificados têm o objetivo de entender como pensam todos os eleitores e por isso seguem critérios científicos, frios, com metodologia aplicada, amostragens estatísticas, distribuição de perfis, tudo de forma racionalizada. Nas ruas, não se tem controle nenhum, as pessoas ali reunidas não representam o total da população. Nas pesquisas, através das entrevistas com eleitoras e eleitores, sim. É como um exame de sangue, em que bastam alguns centímetros para se averiguar o estado geral do organismo.
Mendanha, Vitor Hugo, Wilder e Waldir assumem um comportamento derrotista ao brigar com os índices mostrados pelo Serpes. Exibem uma notável dose de má fé e se autodescredenciam como homens públicos ao propalar mentiras ou buscar convencimento com afirmações infantis. Até hoje, em todas as eleições em que um determinado candidato agarrou-se as “pesquisas internas”, o que houve foi um fiasco nas urnas. E mais uma vez, vai acontecer. Ou alguém acredita que qualquer um desses quatro embusteiros tem chances de sucesso?