Informações, análises e comentários do jornalista
José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

22 set

Debate CBN/O Popular, que ninguém viu, acabou servindo para mostrar o vazio da oposição em Goiás e a falta de preparo de Mendanha, Vitor Hugo e Edigar Diniz

É notável o esforço dos jornalistas de O Popular para valorizar e conseguir alguma repercussão para o debate promovido pelo jornal, em parceria com a CBN, entre os candidatos a governador – completamente esvaziado pelas ausências do governador Ronaldo Caiado e do ex-reitor da PUC Wolmir Amado e marcado por um baixíssimo nível de conteúdo, a ponto de o destaque do evento ir para a candidata do Psol Cíntia Dias, em detrimento de Gustavo Mendanha, Major Vitor Hugo e Edigar Diniz.

Não desmerecendo Cíntia Dias, jamais. Ela, de fato, foi a melhor, uma mulher que sabe onde pisa e tem consciência do seu papel nestas eleições. Mas é inegável: a mediocridade e a fragilidade dos adversários, no confronto, ajudaram no seu indiscutível brilho. Mendanha, Major e Edigar desperdiçaram a chance de marcar posição. Exibiram-se apequenados, incapazes de apresentar um projeto alternativo de poder – o mínimo a esperar dos representantes da oposição. Confirmaram que são despreparados e desqualificados para se habilitar ao governo do Estado. Estão muito abaixo. Em comparação a estatura de Caiado, são pigmeus.

O debate teve audiência pífia. Acompanhei ao vivo e constatei: nos momentos de pico, pouco passou de 400 internautas ligados. Provavelmente, familiares e assessorias, talvez um ou outro jornalista. O horário foi completamente inadequado. O formato, quadrado, sem nenhuma dinâmica ou atratividade. Só havia vida inteligente quando Cíntia Dias falava. E falou com categoria. Cobrou o machismo bolsonarista de Vitor Hugo e Mendanha, de Edigar Diniz também. A Mendanha, lembrou que teve na prefeitura de Aparecida um secretariado de 27 pastas (só para pontuar: Goiânia tem 21 e São Paulo, 15) e somente uma mulher nomeada para uma, não por acaso a do próprio prefeito.

De resto, debates estão superados como elemento de informação ou de movimentação de uma campanha eleitoral. Há muito tempo não geram grande coisa, pelo Brasil afora, nada de significativo. Quem assiste e se entusiasma são as torcidas organizadas dos candidatos, ou seja, os convertidos de cada lado. Ainda assim, Mendanha foi o maior prejudicado, o que mais perdeu com esse. Saiu machucado e ainda ganhou uma ampla cobertura negativa de O Popular, que chamou a atenção para a coleção de ataques e críticas que os demais contendores fizeram a ele. Virou um trapo. Logo quem costumava receber o beneplácito do principal veículo de comunicação do Estado: desde que se lançou candidato a governador, deu nove entrevistas de página inteira ao jornal e nunca foi alvo de uma única pergunta questionando o seu desgoverno em Aparecida, no qual a sua equipe masculina de auxiliares foi só uma ponta constrangedora a mais.