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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

21 jan

Ansiedade, o novo fator psicológico da política em Goiás

Tem de tudo entre os políticos que atuam em Goiás: ambição, ganância, esperteza, incoerência e tudo o mais de bom e de ruim que costuma permear esse universo da atividade humana, em qualquer parte do mundo, e pode ser considerado como natural. Neste momento, porém, surgiu um fator inusitado aqui no Estado: a ansiedade.

É isso que a indefinição do secretariado para acompanhar o governador Ronaldo Caiado no seu segundo mandato está gerando. Ninguém ouviu da boca de Caiado o que ele pensa. Ninguém sabe se as expectativas dos partidos alinhados com a sua campanha vitoriosa serão atendidas ou, se isso acontecer em alguma medida, qual o alcance. Há uma certa agonia no ar, notadamente quanto aos esperançosos em ocupar postos na administração estadual, entre os quais os derrotados na eleição passada formam o batalhão mais numeroso e mais preocupado com a sobrevivência imediata.

Alexandre Baldy conseguirá a Saneago? Vilmar Rocha subirá para uma secretaria? E ex-deputados como o federal Francisco Jr. e o estadual Rafael Gouveia? Lissauer Vieira? Lucas Vergílio? Delegado Waldir? Para esses e muitos outros a resposta está na cabeça de Caiado e ela, no momento, é insondável, com o governador convalescendo em silêncio monástico da cirurgia de ponte safena que recebeu em dezembro último.

A ansiedade corre solta. De concreto, é indubitável que a equipe do primeiro governo se saiu bem e em sua maioria, tecnicamente falando, não dá mangas para substituições. É arriscado trocar profissionais por políticos, ainda mais aqueles auxiliares que ajudaram Caiado a conquistar a estabilidade fiscal e a avançar na Educação e na Saúde, só para citar setores em que a gestão foi excepcionalmente bem-sucedida no mandato encerrado.

E então? Ora, o suspense vai continuar. O governador é experimentado e tem consciência de que o tabuleiro deve seguir como está pelo menos até o próximo dia 1º, quando Bruno Peixoto se confirmará como presidente da Assembleia, um passo importante e decisivo para a governabilidade nos anos vindouros. Ressalte-se: mesmo se houvesse novidades quanto ao secretariado, isso não afetaria a solidez da sagração de Bruno. Mas, em política, as coisas têm hora. A ansiedade chegou para persistir até fevereiro e olhem lá, leitoras e leitores, se não irá mais adiante.