Veto a Marconi, Adriana Accorsi ministra e Pedro Paulo a caminho do STF: Delúbio Soares voltou a toda
Nos bastidores do governo Lula 3, um homem das sombras ocupou espaço rapidamente. É o goiano Delúbio Soares, condenado no mensalão e no petrolão, figura que, dizem, tem o respeito e a consideração do presidente. Tal como o ex-ministro José Dirceu, outro apenado e querido de Lula, Delúbio não quer saber de palco. Mas assumiu a condição de plenipotenciário para assuntos relacionados a Goiás em Brasília.
Primeiro, conseguiu nomear seu afilhado Olavo Noleto para uma secretaria executiva do Ministério das Relações Institucionais, com gabinete dentro do Palácio do Planalto. Não é pouca coisa.
Em seguida, vetou o aproveitamento do ex-governador Marconi Perillo como um dos secretários executivos do Ministério da Indústria & Comércio. Foi dessa movimentação do tucano de Goiás que surgiram as especulações sobre a sua saída do PSDB e filiação ao PSB do titular da pasta, Geraldo Alckmin. Delúbio vingou-se. Marconi, em um dos seus governos, cassou a sua aposentadoria como professor estadual. Antes do início da campanha de 2022, os dois negociaram um acordo estabelecendo o ex-governador como postulante ao Palácio das Esmeraldas, com apoio do PT, deslocando-se o professor Wolmir Amado para a vice. A campanha de Wolmir chegou a ser paralisada. Na reta final, Marconi pediu 48 horas para a sua resposta definitiva. Até hoje, não deu retorno para o petista, que foi surpreendido com o anúncio da candidatura ao Senado.
Tem mais. Delúbio aposta na indicação da deputada federal e delegada de polícia Adriana Accorsi para o Ministério da Segurança Pública, caso seja criado (uma hipótese em baixa, mas possível diante do interesse de Lula em ampliar o espaço para as mulheres no seu governo). Ele também encaminhou o nome do criminalista goiano Pedro Paulo Medeiros para substituir Cristiano Zanin como advogado pessoal do presidente, citando a si próprio como exemplo (foi Pedro Paulo quem o tirou da cadeia). Em Brasília, todos sabem que Zanin será nomeado para uma das vagas decorrentes da aposentadoria compulsória dos ministros Ricardo Lewandowski e Rosa Weber, ainda em 2023. Para a outra, quem Delúbio defende? Isso mesmo: o próprio PP, como Pedro Paulo é conhecido dentro e fora do meio jurídico.
Como se vê, o velho Delúbio está a toda.