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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

28 jan

Desarranjo no PL nacional mergulha a bancada federal de Goiás em inferno astral

Legenda com as maiores bancadas no Senado e na Câmara, o PL desandou: acima da metade dos seus parlamentares defende hoje uma aproximação com o governo Lula e o isolamento da sua fração bolsonarista, ou seja, a maioria é a favor de um partido mais Centrão e longe de extremismos.

É por isso que Valdemar Costa Neto, o tortuoso presidente nacional, decidiu entregar o comando do PL em Goiás ao senador eleito Wilder Morais. Wilder é bolsonarista? É, mas não radical. Ao contrário, é moderado e não é exagero afirmar: só se perfilou ao lado dos fanáticos, durante a campanha, por oportunismo eleitoral. Uma grande jogada, que valeu a ele o mandato senatorial.

Nessa nova realidade, acabaram deslocados todos os quatro deputados federais eleitos em 2022. Gustavo Gayer, principalmente. Um pouco menos, Magda Mofatto, Prof. Alcides e Daniel Agrobom. Porém, ‘todos na mesma canoa furada. Aos poucos eles se conscientizam de que é burrice insistir em um caminho cujo líder maior, Jair Bolsonaro, entrou em derretimento acelerado a partir do dia seguinte à derrota nas urnas. Magda queria voltar a dirigir o partido em Goiás. Foi descartada.

Para piorar o que já está ruim, paira sobre o quarteto do PL em Goiás a ameaça de cassação dos seus mandatos, já em análise pela Justiça Eleitoral quanto ao descumprimento da cota mínima de mulheres na chapa registrada no ano passado. Os três deputados estaduais estão igualmente em risco. A lambança do Major Vitor Hugo, na época presidente estadual da sigla, foi homérica, amontoando ostensivamente irregularidades que agora cobram um preço caro. O PL estadual, em resumo, mesmo tentando encontrar um rumo com Wilder Morais, está com os seus deputados federais em xeque, sem solução à vista.