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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

03 abr

Adriana Accorsi e Gustavo Gayer: se houver renovação em Goiânia, será com um deles

A eleição do ano vindouro para prefeito de Goiânia tem um desenho previsto: Rogério Cruz correndo atrás da reeleição, Vanderlan Cardoso se apresentando pela terceira vez e, por fora, as possibilidades de renovação representadas pela petista Adriana Accorsi e pelo bolsonarista Gustavo Gayer.

Ora, dirão as leitoras e os leitores, Adriana Accorsi é caldo requentado. Não significa a virada de mesa configurada no nome de Gustavo Gayer, por exemplo. Esse, sim, um ponto fora da curva. Já a petista disputou por duas vezes, tal qual Vanderlan. Ambos, repetição. Ou mais do mesmo. E, com esses antecedentes, onde estaria a novidade?

Atenção: dispondo de um amplo recall entre as goianienses e os goianienses, com mais de 40 mil votos para deputada federal no ano atrasado, Adriana tem potencial eleitoral para concorrer com chances teóricas de vitória e daí se transformar na primeira mulher eleita para a prefeitura, em toda a história política e administrativa de Goiânia. Isso passa perto de uma revolução e é motivação suficiente para impulsionar sua candidatura.

Gayer, a propósito, foi candidato em 2020. Ficou em quarto lugar, um bom resultado. Não seria uma surpresa em 2024, até porque começa a ter gosto de pão amanhecido. O pior é que não representa nada além do bolsonarismo mal-educado e exacerbado, apesar dos seus 80 mil votos para a Câmara Federal. Não tem o mínimo resquício de uma experiência administrativa. Seu lapso pela iniciativa privada, antes de se transformar em político profissional, foi negativo: um curso de inglês de vida curta, já fechado. A antiga sede foi transformada em comitê permanente da extrema direita em Goiás.

Pesando tudo isso, ainda assim Adriana e Gayer, caso candidatos a prefeito, têm, sim, um significado de reoxigenação da política e da gestão de Goiânia. Se para o bem ou para o mal, ainda se está distante de uma definição. Polos ideológicos costumam se igualar, nos excessos e equívocos. O eleitorado de Goiânia, assustado, pode acabar preferindo o centro, com Vanderlan ou Rogério Cruz.