Duas décadas sem investimentos: por que as grandes empresas trocaram Anápolis por Aparecida
Anápolis completou duas décadas sem atrair grandes empresas. A única exceção é a Hyundai, inaugurada em 2007 (no momento fechada, em férias coletivas). Nesse período, o DAIA esgotou sua capacidade para sediar novas indústrias, estacionando o parque de fábricas da cidade em mais ou menos 150 unidades – hoje em processo de encolhimento, com a transferência de muitas delas para Aparecida.
No ano passado, a multinacional alemã DHL Supply Chain e a farmacêutica Roche, ambas portentosas, com uma soma de quase 500 empregados, fizeram as malas e foram para Aparecida. Descobriram que o município vizinho a Goiânia oferece mais vantagens comparativas, entre elas uma distância menor para o principal centro consumidor do país – São Paulo. E sem falar na fartura de mão de obra qualificada, superior a Anápolis.
Outrora consolidada na 2ª posição no ranking dos PIB municipais, Anápolis desabou para um empate com Aparecida, se não atrás. O esvaziamento da economia local se aprofundou a partir da gestão do prefeito Antônio Gomide, do PT, e se radicalizou a partir da posse de Roberto Naves, do PP. Justiça se faça, Naves tem esperneado. Conseguiu uma parceria com o governador Ronaldo Caiado (anapolino de nascença) e acrescentou oito quadras e 141 lotes, em um total de 1.131.622,96 metros quadrados, ao DAIA, suficientes para mais 150 empresas.
Porém… especialistas acreditam que não vai adiantar: a perda de importância estratégica de Anápolis é irreversível, mesmo porque Aparecida está longe de esgotar o seu potencial para receber investimentos industriais. As áreas disponíveis vão aumentar significativa com a mudança do semiaberto, já em andamento. O atual presídio será substituído por mais um polo industrial.
A situação só não é pior para Anápolis em razão da fábrica da Hyundai, do giro proporcionado pelo Porto Seco e da expansão do DAIA, de resultado ainda incerto. Fora isso, não há salvação possível.