Candidatura de João Campos a prefeito é enigma em Aparecida
O ex-deputado federal e candidato derrotado ao Senado João Campos voltou a se movimentar politicamente, depois de um longo período de internação hospitalar em São Paulo, acometido por problemas cardíacos. Estaria bem de saúde, agora.
Aproveitando-se da sua excelente votação em Aparecida, em 2022, quando ficou em 1º lugar em número de sufrágios para a Câmara Alta em Aparecida, Campos passou a colocar o seu nome na lista de postulantes para a prefeitura do município – cada vez maior diante das fragilidades exibidas pelo atual prefeito Vilmar Mariano, que tem direito a disputar a reeleição.
Ele não tem base nenhuma entre a classe política aparecidense. Suas chances se restringem à possibilidade de receber o apoio de Gustavo Mendanha, seu companheiro de chapa no ano passado. Mendanha, até o momento, tem compromisso com Vilmarzim, porém a sintonia entre os dois está mais fraca a cada dia. É a velha história das relações sensíveis e delicadas entre governante que sai e governante que entra. Um resiste a desencarnar, enquanto o outro só pensa em independência e autonomia para firmar o próprio nome.
Por essa brecha, tenta entrar João Campos. A eleição de Maguito Vilela, por duas vezes, abriu o precedente para a chegada de políticos de fora. Sim, mas Maguito era… Maguito, um ex-governador e ex-senador que desceu do pedestal para humildemente se propor a colaborar com o povo de Aparecida. Campos está longe de ter o mesmo significado.
Além disso, não é um homem rico. Campanhas no segundo maior colégio eleitoral demandam recursos. Na fila para conquistar o apoio de Mendanha, além de Vilmarzim, estão nomes abastados como o empresário Osvaldo Zilli e o deputado federal Glaustin Fokus, milionários representantes da nova e expressiva realidade industrial de Aparecida. E até mesmo o ex-deputado federal e presidente da FIEG Sandro Mabel. Gente para a qual bancar uma eleição municipal seria equivalente a gastar alguns trocados.
Ainda assim, Campos está no páreo. Por ora, comete o erro grave de limitar suas articulações ao cacique Mendanha, sem dar importância ao resto da tribo. É um estranho no ninho – para os políticos, nem tanto para o eleitorado, a considerar o resultado da eleição senatorial de 2022.