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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

18 maio

O papelão de 3 deputadas federais de Goiás ao subscrever a anistia contra as mulheres

Avança na Câmara Federal a PEC da anistia os partidos políticos que não cumpriram as cotas mínimas de distribuição de recursos para mulheres, negros e PcDs na última campanha eleitoral. Interessa a todas as legendas, ansiosas por se livrar de punições por desrespeitar uma lei criada para valorizar faixas da população historicamente privadas dos seus direitos no Brasil, especialmente na política.

A matéria vai ser aprovada. Mas desperta reações. Em especial, entre as mulheres. Deputadas, senadoras e até ministras do governo Lula, contrariando o PT, condenam a indulgência como um dos maiores retrocessos já vistos quanto ao empoderamento feminino. Aí vem o pior: choca saber que várias deputadas federais subscreveram a PEC, entre elas três de Goiás.

Adriana Accorsi(foto acima), do PT, Magda Mofatto, ex-PL, sem partido no momento, e Marussa Boldrin, do MDB, não se envergonharam em assinar a PEC. Goiás, de forma inédita, elegeu seis representantes mulheres para a Câmara, na eleição de 2022. Além das que endossaram a anistia, ganharam mandatos Lêda Borges, Silvie Alves e Flávia Morais. Como ainda não houve votação em plenário, não se sabe qual a posição de cada uma.

Mas, quanto a Adriana, Magda e Marussa(foto acima), não há dúvidas. Elas já se definiram ao rubricar a PEC, cujo resultado a médio prazo será impedir mais mulheres, negros e LGBTs na política. As goianas não hesitaram em aderir ao atraso e subscritar um projeto chamado de “PEC dos homens brancos”, corroborando uma estrutura social essencialmente machista e racista – isso na opinião da maioria das organizações ativistas dos direitos das minorias consideradas oprimidas.

Magda Mofatto(foto acima) nunca assumiu bandeiras de valorização da mulher em parte alguma. Ao se comprometer com a anistia, fez mais do mesmo. Surpresa é o engajamento de Adriana Accorsi e Marussa Boldrin, em especial Adriana. E de forma tão categórica quanto ao meter o jamegão na PEC sem um minuto de atenção para o significado do gesto. Pegou muito mal.